A pandemia pode nos trazer efeitos colaterais que nem imaginamos. Enquanto precisamos cuidar da saúde das pessoas, precisamos cuidar da saúde do ambiente e, também, da economia. Isto vai refletir diretamente nos próximos anos.
Enquanto o Brasil ainda luta para conseguir combater a pandemia, outros problemas assombram e podem ser também devastadores. Não se deve esmorecer aos cuidados de saúde da população.
Ainda é um fantasma, que assusta e continuará devastando mais famílias caso as ações de controle não sejam efetuadas corretamente. No entanto, sem perder de vista o maior problema do momento, há uma grande crise que se avizinha no setor agropecuário: o boicote a produtos agropecuários brasileiros.
Na Europa, quase quarenta grandes distribuidores, empresas e principalmente federações europeias, ameaçam o país de punir com a não aquisição de produtos agrícolas, sob o mote das questões ambientais.
Há muita pesquisa, precisa ser difundida e ter investimentos
Não há como refutar que houve um aumento do desmatamento em 2020. Os dados oficiais do INPE mostram claramente isto. Tal instituto tem respeito internacional e alberga pesquisadores comprometidos com suas ações. Não se pode negar as evidências!
Mas, em outra esfera, também há compradores que pouco se importam com a origem dos produtos, apenas com o baixo custo. Há uma infinidade de alimentos brasileiros que são produzidos dentro de padrões de excelência, com aplicação de práticas sustentáveis e melhor e maior aproveitamento de fontes energéticas, menos poluentes e mais saudáveis ao planeta.
O Brasil possui um arcabouço imenso de instituições de pesquisa que são dedicadas ao setor agropecuário. Há projetos em desenvolvimento para os mais distintos biomas, com foco em garantia da sustentabilidade ambiental e social, assim como, o bem-estar animal.
São centenas de milhares de envolvidos, espalhados do Oiapoque ao Chuí. Muitos destes trabalham na capilarização da informação, para que cheguem ao maior interessado: o produtor.
Preservação ambiental x desmatamento
Estas pesquisas também confirmam o grande papel que há na preservação, inclusive para a manutenção do setor agropecuário, que demanda uma harmonia de clima, por exemplo.
As tais instituições europeias afirmam que a Amazônia é uma parte vital do sistema terrestre, algo também verdadeiro, afinal ela é um dos centros reguladores de umidade, o que interfere diretamente nas chuvas, que são tão importantes para a agropecuária.
O que não entra em desacordo com a ciência brasileira. Estes grupos signatários afirmam que as “proteções existentes na legislação brasileira têm sido decisivas para nossas organizações” que acreditam no fato de que seus produtos, serviços e investimentos no Brasil “estão em linha com nossos compromissos ambientais e sociais”.
Segundo estes grupos, a mudança de leis pode ser prejudicial à preservação ambiental.
O que deve ser feito?
Apesar de afirmarem que continuam abertos para negociações com os brasileiros, não há uma sinalização clara de melhor remunerar os produtores que estão alicerçados na sustentabilidade, menos ainda de punir os compradores que pouco se importam com a origem dos produtos.
Se por um lado a cobrança pode ser justa, afinal um desequilíbrio ambiental na região Amazônica trará prejuízo a todos, mesmo aos que estão a milhares de quilômetros, por outro, falta transparência dos benefícios diretos que os produtores (os que realmente cumprem seu papel) podem receber.
Assim como, não há ações para coibir as organizações estrangeiras que se beneficiam das aquisições oriundas de áreas ilegais.
Confira também: Sustentabilidade e Agronegócio