No Preparo do solo para o plantio está a principal diferença entre uma lavoura produtiva por mais tempo e outra que perde os seus índices de produtividade no decorrer do tempo.
Assim, é importante tomar as decisões corretas na hora deste preparo, pois isto impactará durante a produção da lavoura e ao final da safra.
Destacando que não basta estar em uma região favorável, se o produtor não usar o solo de forma eficiente.
Para auxiliar neste processo, trouxemos quais são as melhores técnicas de preparo no solo para um plantio eficiente.
Quer saber quais são estas técnicas? Continue lendo este post.
Métodos tradicionais de preparo do solo
As primeiras técnicas de preparo de solo foram inspiradas nas técnicas utilizadas em países de clima temperado, como a aração, gradagem e escarificação.
Aração
A aração do solo é a técnica de preparação que inverte as camadas do solo, mais ou menos a 20 cm de profundidade da terra. Esta técnica aumenta os níveis de oxidação da matéria orgânica e rompe a estrutura do solo.
No nosso ambiente tropical, há um prejuízo nos estoques pela metade, em apenas 5 anos, ao contrário dos 50 anos no solo da região temperado.
Para realizar esta técnica é necessário utilizar um implemento chamado arado.
Gradagem
Utilizado no preparo após a aração. A gradagem realizada através da grade se livra dos grandes torrões deixados pela aração, ficando o solo plano novamente.
Estas técnicas estão substituídas por técnicas mais modernas, como os sistemas de plantio direto e a rotação de culturas.
Escarificação
Das três, é uma das técnicas menos agressivas a estrutura do solo. Já que rompe suas camadas, sem realizar o seu revolvimento, pois utiliza um escarificador mecânico.
Apesar das três ainda serem muito utilizadas no preparo do solo no Brasil, todas estas técnicas são bastante prejudiciais. Pois, destroem os agregados da terra, expondo o carbono e dificultando o processo de decomposição.
Existem técnicas mais modernas e eficazes para a preparação para o plantio.
Calagem e correção do solo
Uma das maiores dificuldades para a agricultura brasileira é o alto teor de alumínio tóxico e o solo ácido. Ambos, principalmente o alumínio tóxico, prejudicam o correto desenvolvimento das raízes da planta, diminuindo a produtividade da cultura.
Para evitar esses efeitos, a melhor técnica é a calagem, pois prepara o solo para o plantio, reduzindo a sua acidez e o alumínio tóxico.
Essa aplicação de calcário poderá ser feita de duas formas: com aração (incorporada) ou superficial.
Outro processo, exclusivo para reduzir o teor de alumínio, além de aumentar a quantidade de enxofre e cálcio, é a aplicação de gesso.
Observar a topografia
Outra grande dificuldade para a agricultura são os declives acentuados. Estes declives podem causar erosão e perda de adubos e pesticidas com as enxurradas nas lavouras.
A técnica mulching vertical é excelente para este tipo de topografia. Funciona da seguinte forma: faz-se sulcos de 40 cm de profundidade, de modo perpendicular ao declive que, posteriormente, serão preenchidos com palha.
Isto ajuda a preparar o solo, diminuindo os declives e com isso, os problemas de erosão.
Plantio direto
O sistema de plantio direto é uma técnica extremamente moderna na agricultura brasileira e tem apresentado excelentes vantagens, principalmente na produtividade.
Tem como principais características:
– Mínimo revolvimento do solo;
– O solo é coberto com palhada;
– Rotação de culturas;
– Diminuição do uso de defensivos agrícolas;
– Uso de irrigação;
– Uso de biotecnologia.
Mínimo revolvimento do solo
Não mexer ou remexer o mínimo possível são as bases do plantio direto.
Apenas há o revolvimento da terra na linha da semeadura, ou seja, no local onde serão depositadas as sementes, sem grandes ações de preparo. Isso significa que não há inversão das camadas por meio da aração.
Solo é coberto com palhada
Os restos das plantas colhidas formam uma matéria orgânica que é conhecida como palhada.
Ela é produzida no mesmo momento em que há a colheita por meio da máquina colhedora, ela retira os grãos e devolve as raízes, galhos e folhas já pulverizados.
O uso desta técnica tem como principais objetivos:
– Reduz o impacto da água da chuva na superfície do solo;
– É um obstáculo para o excesso de água não absorvido pelo solo;
– Reduz a enxurrada;
– Reduz a erosão;
– Mantém a temperatura ideal das plantas;
– Reduz a perda de água por evaporação.
Porém, para a correta formação da palhada, é necessário analisar o tipo de cultura e sua sequência de rotação, além das condições climáticas durante os ciclos. Em média, demora até dez anos este processo.
Rotação de culturas
A rotação de culturas nada mais é do que a alternância de culturas feita de forma planejada, a fim de reduzir os impactos ao solo e ao meio ambiente, decorrentes da monocultura.
Também há uma melhora a longo prazo das condições biológicas e físico-químicas do solo.
Outro benefício da adoção dessa técnica é a redução de pragas, doenças e plantas daninhas.
Destaca-se que a sucessão de culturas (soja-milho-soja, soja-algodão-soja) não é rotação de culturas e não apresenta os benefícios da prática.
Benefícios do plantio direto
As técnicas do sistema de plantio direto são aquelas que apresentam os maiores benefícios ambientais, agrícolas e econômicos, tanto para produtores como para a sociedade.
Como exemplos destes benefícios podemos citar:
– Maior conservação de água e solo, diminuindo a erosão;
– Melhor germinação das sementes e plantas mais fortes;
– Menor necessidade de preparar o solo com corretivos e fertilizantes;
– Mantém a temperatura do solo;
– Aumento da matéria orgânica e do carbono do solo;
– Solos mais férteis, devido a reciclagem de nutrientes;
– Redução da compactação do solo;
– Reposição da água subterrânea, uma vez que há uma maior infiltração da água;
– Redução do custo da produção e um maior custo/benefício;
– Possibilidade de integração de floresta, lavoura e pecuária;
– Pode ser adotado por propriedades rurais de qualquer tamanho;
– Redução de custos com mão de obra, tempo e combustíveis;
– Maior produtividade e renda para o produtor;
– Redução de emissão do gás carbônico e demais gases do efeito estufa.
Agora que já conhece todos esses procedimentos, não se esqueça deles quando for preparar a terra para plantar sua produção.
Veja também: Como utilizar corretamente a uréia na adubação?