Você conhece o termo pulorose aviária? Talvez o termo “diarreia branca” comum em galinhas seja mais familiar para você. Essa doença é de grande preocupação, pois, rapidamente, os sinais clínicos podem ser observados em toda a produção.
O impacto é certeiro na criação de aves, especialmente considerando aves de produção industrial. Nesse caso, vale ainda ressaltar a necessidade da notificação obrigatória, uma vez identificado o agente no seu plantel.
As doenças de notificação obrigatória estão entre as principais preocupações dos criadores de aves, pois, além de prejuízo, também envolvem risco às demais aves da propriedade, sendo essa a realidade da pulorose aviária.
Constitui, portanto, uma doença bacteriana que pode trazer grandes prejuízos à saúde do animal e grande preocupação ao produtor. Por isso, saber como prevenir e reconhecer os primeiros sintomas dessa enfermidade é fundamental para evitar a sua disseminação. Sendo assim, fique atento aos detalhes a seguir!
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O que é pulorose aviária?
O principal agente causador da doença pertence a um gênero de bactéria muito comum e conhecido, presente no ambiente e de alta sobrevivência: a Salmonella. No entanto, para enquadrar na pulorose, o principal causador é a Salmonella Pullorum.
Embora acometa aves de todas as idades, a doença clínica (ou seja, com sintomas) é mais comum em animais que ainda estão na primeira semana de vida. Devido à alta taxa de mortalidade, a pulorose está, com certeza, entre as enfermidades que devem ser consideradas nos planos de prevenção da propriedade.
Diante do alto risco de contaminação, já que o agente está presente de maneira significativa no ambiente, o criador precisa ficar vigilante e agir nos primeiros sinais da enfermidade, atentando-se, inclusive, às regras que envolvem a notificação obrigatória aos órgãos da Defesa Sanitária Estadual.
Realidade da doença no Brasil
Vale ressaltar que, na avicultura industrial, há um controle mais rigoroso e maior atenção voltados à criação. Assim, é muito mais comum encontrar a doença em casos de criação de subsistência, conhecidas como “criação de fundo de quintal”. Sendo essa realidade um risco em escala menor, muitas vezes, o criador limita-se a adotar os cuidados apenas após uma de suas galinhas apresentar a diarreia branca.
Portanto, com o risco já instalado, os avicultores precisam atentar-se aos cuidados de biosseguridade, independente do tamanho das instalações, a fim de mantê-las sanitariamente seguras.
Mesmo sendo uma doença de controle relativamente simples, caso seja identificado o quadro clinico, podemos dizer que a quantidade de surtos registrados ainda é bem abaixo da realidade, pois se referem a números imprecisos e subnotificados.
A conscientização do produtor em prevenir a doença, notificar os órgãos de Defesa Sanitária em caso de diagnóstico positivo, e atentar-se às fases iniciais de vida das aves são tão importantes que garantem o controle sanitário na avicultura de forma geral, especialmente na fase reprodutiva devido ao risco da transmissão vertical.
Quando nos referimos a aves de modo geral, esse grupo inclui não só aves de corte ou de postura, mas também codornas, galinhas d’angola, perus, patos e pavões.
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Quadro clínico: principais sintomas
A pulorose aviária ou diarreia branca traduz por si só um sintoma clássico e característico da doença, facilmente identificável a partir do material branco ao redor da cloaca. Mas, além disso, as aves infectadas podem apresentar:
- Fraqueza;
- Sonolência ou apatia;
- As aves refugam;
- Penas eriçadas;
- Anorexia, perda total de apetite;
- Desidratação;
- Atraso no crescimento;
- Baixo ganho de peso;
- Conversão alimentar deficiente;
- Produção de ovos e eclosão com déficits ao longo da piora do quadro clínico.
Fique atento e observe!
Durante a 2ª e 3ª semanas de vida, quando a doença atinge o pico de mortalidade, as aves doentes começam a amontoar-se perto da fonte de calor, apresentam as asas caídas e as penas arrepiadas, e demonstram mais sinais de cansaço e dificuldade na respiração.
Quando a pulorose aviária acomete animais adultos, é comum que eles apresentem perda de apetite, crista retraída e pálida, queda de postura e diminuição na eclodibilidade e na fertilidade.
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Transmissão e contágio do quadro clínico
Geralmente, a pulorose aviária é transmitida por portadores da doença, método conhecido como transmissão horizontal. No caso da transmissão vertical, pode acontecer por meio dos ovos ou incubadoras contaminadas com a bactéria, sendo esse fator de grande importância, pois em incubadoras positivas pode ocorrer ampla disseminação da doença.
Em média, a Salmonella pullorum sobrevive por até 3 semanas em camas novas, e 7 semanas em antigas. Na forma de transmissão horizontal ainda, equipamentos, pessoas, veículos, aves silvestres e domésticas, ratos, moscas, ração e grãos devem estar no radar a fim de impedir a propagação rápida do agente entre suas aves.
Em casos de surtos, os maiores impactos sofridos pelo criador consistem na alta mortalidade e eliminação das aves infectadas, além dos gastos com medicamentos.
Diagnóstico e tratamentos disponíveis para a pulorose
Aconselha-se iniciar o diagnóstico baseados na idade da ave, associar análise minuciosa e criteriosa do histórico desse indivíduo e plantel, assim como, aos sinais clínicos observados e à taxa de mortalidade encontrada. Além disso, é realizada a necropsia para identificar os achados macro e microscópicos, inclusive com cultura bacteriana.
Diante da confirmação dos casos, a notificação é obrigatória aos órgãos de Defesa Sanitária do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
Embora os antibióticos tenham algum efeito sobre a pulorose aviária e seja permitida a sua administração em aves de produção de carne e ovos, as aves reprodutoras não podem receber nenhum tipo de medicamento. De qualquer forma, o tratamento para a doença serve apenas para aliviar os sintomas, e as aves sobreviventes continuam eliminando bactérias no ambiente. Por isso, a permanência de aves infectadas no lote continua sendo um fator agravante.
De acordo com o Plano Nacional de Sanidade Aviária (PNSA), é necessário eliminar todos os plantéis de aves infectadas, quer tenham recebido antibióticos e apresentem menor carga bacteriana e redução dos sintomas, quer não. Além disso, é preciso seguir as recomendações do PNSA sobre o manejo sanitário da propriedade.
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Métodos de Prevenção
Sem dúvida, a melhor forma de garantir o bem-estar dos animais e evitar prejuízos é investir na prevenção da pulorose aviária. Nesse sentido, a higiene do ambiente e dos animais, assim como a supervisão contínua com a testagem recorrente, são processos muito eficazes.
Quando o plantel é testado no início da vida reprodutiva, as chances de disseminação da doença são reduzidas ao máximo. Além disso, higienizar e desinfetar as camas e incubadoras evita a propagação da doença.
Outras medidas de prevenção que devem ser tomadas são:
- Manter lotes de aves da mesma idade;
- Eliminar, queimar e enterrar as aves infectadas;
- Fazer um bom controle de roedores, insetos e pássaros;
- Manter os níveis de poeira abaixo de 3 mg/m³;
- Usar alimentos de qualidade e peletizados;
- Usar água clorada;
- Retirar o lixo regularmente;
- Vacinar o plantel contra pulorose aviária;
- Incluir probióticos, enzimas, ácidos orgânicos e tecnologias de levedura na alimentação.
Impacto da pulorose aviária na saúde humana
O impacto principal dessa doença está no alto risco de mortalidade que ela representa nas granjas industriais. Devido à baixa notificação por parte dos pequenos criadores, o risco é rigoroso e os impactos podem ser muito maiores do que se imagina.
Com certeza, cuidados preventivos são sempre a melhor opção, mesmo aqueles simples podem impedir altos prejuízos. Por isso fique atento e não deixe passar qualquer mínimo sinal de alerta!
Observe o vídeo que separamos para aumentar seus cuidados preventivos em sua criação de aves:
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