Quem lida diariamente com a agricultura, sabe que um dos problemas mais comuns e complicados nas lavouras é o aparecimento de plantas daninhas.
Elas são consideradas uma praga e podem afetar toda uma produção se não forem rapidamente controladas ou mesmo eliminadas.
Neste artigo, vamos mostrar as plantas daninhas mais comuns que atacam as lavouras, bem como as formas de controle em benefício da agricultura. Boa leitura!
O que são plantas daninhas?
As daninhas são todas as plantas que causam efeitos negativos diretamente nas lavouras. Elas podem competir com a cultura original, diminuindo o rendimento, além de prejudicar a colheita, com baixa qualidade dos produtos.
Outro ponto, é que essas plantas servem como hospedeiras de doenças e pragas. Assim sendo, são muitos os malefícios que elas oferecem à agricultura.
Quais são as plantas daninhas mais comuns?
Engana-se quem pensa que existe apenas um ou outro tipo de plantas daninhas que pode prejudicar a agricultura. Por isso, é tão importante saber um pouco mais sobre elas e combatê-las em benefício das lavouras.
Com o intuito de ajudá-lo nessa tarefa, que muitas vezes pode ser semanal ou mensal, dependendo das condições climáticas na sua região e do solo, elencamos as seis plantas daninhas que aparecem com mais frequência nas lavouras. Confira:
Buva
A Buva é encontrada no Sudeste, Centro-oeste e Sul, regiões que mais produzem trigo, soja e milho, culturas onde é possível encontrá-las com maior facilidade.
Essa planta parece não oferecer perigo à agricultura, devido a sua aparência até “bonita”, entretanto, possui muitas sementes miúdas que se espalham facilmente, tornando-se difícil de identificar e cuidar.
Azevém
Esse tipo de planta daninha é muito comum em pastagens, como alimento ao gado. Ela é considerada uma das principais no Brasil, mais precisamente em lavouras de trigo e cevada encontradas na região Sul do país.
Um dos grandes problemas é que esse tipo de daninha é resistente ao herbicida sistêmico glifosato, também conhecido no Brasil como “mata-mato” e, dessa forma, é necessário buscar outras formas de combatê-las na agricultura, como plantas de cobertura.
Caruru-palmeri
Essa espécie considerada exótica foi registrada no ano de 2015, quando foi criado o Estado do Mato Grosso. Ela tem uma grande potencialidade para destruir lavouras em até 90%. É muita perda!
A caruru-palmeri provavelmente tem sua origem nos Estados Unidos e chegou até aqui por meio de maquinários que foram importados.
Para que você tenha uma ideia dos problemas causados por essa planta daninha, nos EUA e na Argentina a sua presença é critério de desvalorização das terras atualmente. Isso porque eleva os custos de manejo e possui grande potencial para reduzir a produtividade dos principais cultivos.
Capim-amargoso
Essa é outro tipo de planta daninha que se dispersa facilmente pelas lavouras, porque são distribuídas com ajuda do vento.
Outro fator importante é a sua adaptação na maioria das regiões do Brasil e, dessa maneira, a torna uma das mais comuns de se encontrar. O capim-amargoso tem o poder de reduzir pela metade a produção de qualquer cultura.
Outro ponto que deve ser levado em consideração ao combatê-la, é a resistência ao glifosato e aos herbicidas da ACCase.
Se o capim-amargoso ainda estiver em sua fase mais jovem, então será mais fácil de ser controlado com o uso de herbicidas. Agora, se estiver na fase adulta, se prepare: o tratamento é muito mais difícil.
Capim-branco
Parecido com a azevém, o capim-branco tem resistência à herbicidas, mais precisamente no ano de 2014, quando isso foi relatado no Brasil.
Essa espécie é facilmente encontrada o ano todo nas regiões Centro-Oeste e Norte. Em alguns lugares no Sul do país também é possível identificá-la.
Capim-pé-de-galinha
A espécie capim-pé-de-galinha é mais recente quando se fala em resistência ao glifosato. Deve-se tomar os mesmos cuidados tomados em relação ao azevém com a finalidade de evitar sua proliferação.
Essa planta daninha está na lista das cinco mais problemáticas no mundo. Ela é encontrada em todas as regiões do Brasil que cultivam a soja. Isso se deve ao fato de se adaptar facilmente em solos e clima distintos.
Seu ciclo de vida pode durar de 120 a 180 dias, dependendo da região, com reprodução via sementes.
Aliás, sua ampla dispersão está associada à capacidade de produzir uma grande quantidade de sementes (mais de 120 mil sementes por planta), que são facilmente disseminadas pelo vento durante todo o ano.
Leiteiro
Essa espécie também é conhecida como amendoim bravo, é uma das plantas daninhas que mais afetam o rendimento das lavouras.
O leiteiro é de difícil controle porque suas sementes emergem até 12 cm de profundidade o que possibilita sua germinação por muitos anos.
O Brasil, por ser um país tropical, sofre bastante influência das plantas daninhas na lavoura de café. Os tipos de plantas daninhas ocorrem no cafeeiro de acordo com as épocas do ano, sendo mais chuvosas ou quentes.
Confira o vídeo sobre os tipos de plantas daninhas e a sazonalidade que ocorrem no cafeeiro com a explicação do professor do curso de Agronomia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Leandro Pinv Dalvi:
Cuidados que devem ser tomados para evitas as plantas daninhas
Como citamos no começo do texto, as plantas daninhas são ameaças à agricultura. Entretanto, é possível evitá-las ou eliminá-las das lavouras, caso já estejam instaladas.
“Atualmente, as plantas daninhas são o maior problema nos cultivos brasileiros. A competição com a cultura principal e a hospedagem de pragas e doenças acarretam grandes prejuízos ao produtor. Controlar as plantas daninhas de forma correta, seguindo as boas práticas agronômicas, ajuda na diminuição no custo de produção”, conforme afirma Francisco Humberto Henrique, Doutor em Agricultura Tropica e Subtropical pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e pesquisador da CiaCamp – da Ciência ao Campo.
Confira abaixo alguns cuidados necessários para evitar ou combater as plantas daninhas:
Realize uma avaliação prévia
Nesse caso, aconselhamos o auxílio de um técnico porque somente assim é possível identificar o tratamento correto. Afinal, abrigar a espécie leiteiro na sua lavoura e não saber que ela está ali pode ser um grande problema.
Essa avaliação ajuda a entender melhor a sua lavoura e como evitar as mais diversas espécies de plantas daninhas.
Monitore frequentemente as lavouras para combater as plantas daninhas
Sempre fique atento na sua lavoura e pode contar inclusive com ajuda da tecnologia.
Os drones podem ajudar no monitoramento, além de avaliar os efeitos de herbicidas utilizados. Isso porque existem plantas daninhas resistentes a alguns tipos, mas isso também pode ser contornado.
Aposte em ações efetivas
Existem algumas ações efetivas que de fato evitam a proliferação de plantas daninhas e certamente você deve adotar algumas medidas de forma conjunta.
Esse é um meio de beneficiar toda a lavoura e não somente a área afetada por essas espécies invasoras. Vale lembrar que existem algumas resistentes ao glifosato e, por isso, essas medidas são importantes para evitá-las:
- Rotação de cultura e de herbicidas;
- Uso de sementes livres de infestantes;
- Contenção de proliferação inicial de plantas invasoras;
- Realização regular de higienização do maquinário utilizado nas lavouras.
Aliás, existem muitas outras plantas daninhas que habitam as lavouras em nosso país e que também merecem receber atenção. Assim sendo, todo cuidado é pouco para manter as lavouras saudáveis e evitar prejuízos ao seu bolso.
Com certeza, seguindo todos os passos que citamos e sua lavoura estará a salvo da maioria dos problemas que geralmente são enfrentados pelos produtores rurais.
Portanto, esperamos que tenham gostado de saber mais sobre as plantas daninhas mais comuns e como evitá-las. Nossa dica de leitura é o artigo que apresenta cinco dicas para manejo de plantas daninhas.
