Conhecidos pela vitalidade, beleza e versatilidade, os cavalos têm se consolidado como uma importante fonte de bons negócios, além de ser um importante aliado nas atividades diárias nas propriedades rurais.
Mas, o criador deve ficar atento a um dos fatores mais importantes: a alimentação desses animais. Isso vai determinar os resultados técnicos e econômicos obtidos na sua criação, sua capacidade genética, bem como o seu estado de saúde.
Isso porque os negócios que envolvem a criação e utilização do cavalo ocupam uma posição de destaque nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil.
O país possui o quarto maior rebanho mundial, com cerca de 5,5 milhões de cabeças, movimentando anualmente R$ 16,5 bilhões e geram cerca de três milhões de empregos diretos e indiretos.
Alimentação dos cavalos
O aparelho digestivo dos cavalos adaptou-se a comer pouco de cada vez, mas o animal se alimenta muitas vezes ao dia já que no seu estado selvagem costumavam andar livremente, pastando e bebendo constantemente.
Nos dias de hoje, a alimentação do cavalo está completamente alterada, mas o seu aparelho digestivo mantém-se praticamente igual ao dos seus antepassados.
A sua dieta é agora muito mais controlada e existe um leque muito vasto de alimentos disponíveis comercialmente. Isso se deve principalmente a sua domesticação e ao tipo de esforço físico a que estão sujeitos.
O criador deve ficar atento porque a quantidade e o tipo de alimentação fornecida dependerá da raça, idade, peso, estado geral de saúde, carga de trabalho e até mesmo do clima do local.
Um cavalo necessita de ingerir, em média, 1 a 2 % do seu peso em comida. Um animal que pesa em média 500 quilos, por exemplo, vai precisar de aproximadamente 5,5 a 6 kg de feno ou 16 a 18 kg de capim fresco.
Para animais com algum tipo de atividade, crescimento, reprodução ou trabalho, há uma necessidade maior ainda, que varia conforme algumas características individuais.
Para que o cavalo tenha uma dieta bem equilibrada, é preciso que o criador fique atento aos seguintes elementos:
- Água: depende da temperatura, da quantidade de exercício, da sua alimentação e da sua idade. Dependendo da raça, o cavalo necessita beber 50 litros de água, em média, por dia.
- Hidratos de Carbono: presentes no amido (é encontrado nos cereais), nos açúcares (presentes em todos os alimentos, principalmente nos melaços e na erva fresca) e em certos componentes das fibras.
- Óleos e Gorduras: estão presentes em pequenas quantidades na maioria dos alimentos comerciais e é geralmente acrescentado à dieta do cavalo sobre a forma de óleo vegetal.
- Fibras: encontram-se em todos os alimentos principalmente no feno e na palha e são um elemento muito importante na dieta do cavalo.
- Proteínas: ao serem decompostas dão origem aos aminoácidos que são utilizados no crescimento, na gravidez, na produção de leite e na reparação de tecidos.
- Minerais: a base principalmente do cálcio e do fósforo, com uma relação de cerca de uma parte e meia de cálcio para uma parte de fósforo.
- Vitaminas: as principais são A, D, E, K e o grupo B porque ajudam a controlar as reações químicas. Alimentos como o feno são pobres em vitaminas enquanto que a erva e os alimentos verdes são boas fontes deste elemento.
Alimentação de cavalos com volumosos e fibras
O aproveitamento de alimentos volumosos grosseiros para equinos, como suplementos da pastagem, durante o período da estação de seca, tem sido uma opção cada vez mais utilizada pelo criador devido ao elevado custo dos concentrados e dos volumosos mais nobres, como por exemplo, silagem de milho de sorgo, e feno de leguminosas.
O aproveitamento de alimentos volumosos grosseiros pode ser feito através de tratamentos químicos (ureia, amônia líquida, etc), que melhoram a digestão do alimento ou por tratamentos físicos como o uso de aditivos, como o melaço, para aumentar o consumo do alimento ou mesmo usar outras alternativas de alimento mais nobres, contudo com menor custo, como silagem de capim nobre.
As fibras estão entre os componentes mais importantes da alimentação dos cavalos. Isso porque aumentam a duração da ingestão e da digestão dos alimentos, importantes para a integridade do cavalo. O aparelho digestivo do cavalo possui particularidades onde são exigidos altos teores de fibras na dieta para que ele possua uma ótima digestão.
As fibras são conseguidas através do volumoso que pode ser ofertado ao animal através de diversas formas:
Capim Fresco: Para a pastagem do cavalo, é preciso ficar atento no preparo da terra, com cuidados como análise da terra, adubação e calagem adequadas e escolha de um capim de ótimo nível nutricional, adaptado às condições do clima, o relevo, temperatura, umidade do ar e o tipo de solo da região.
Feno: alimento obtido através do processo de secagem parcial da forrageira, o que permite preservá-la por um período que pode chegar a um ano, com pouquíssima perda de qualidade nutritiva.
Deve-se ter cuidado também com a qualidade do feno oferecido ao cavalo, pois um feno seco demais, taludo demais ou úmido demais, pode causar quadros de cólicas ao animal, além de proporcionar um alimento de baixo valor nutricional.
Silagem: processo de preservação do alimento forrageiro através de fermentação anaeróbica, mantendo boas características nutritivas por um período longo.
Só que é preciso tomar alguns cuidados, como fornecer em quantidade adequada de forma que o cavalo coma a silagem no máximo até duas horas de extraída do silo e deve-se fornecer a silagem três a quatro vezes ao dia. As forrageiras mais utilizadas são milho, sorgo, capim e alfafa.
Alimentos proibidos aos cavalos
Pode parecer estranho falar desse assunto principalmente quando a matéria está sendo lida por um criador. Mas, é preciso ficar atento à esse detalhe porque a fazenda pode receber visitantes que podem alimentar os animais ou mesmo funcionário desatento pode fornecer um alimento que poderá ser bastante prejudicial para o cavalo.
Confira alguns exemplos:
- Chocolate: em grandes quantidades pode ser letal para cavalos por causa da molécula química teobromina ser tóxica para a espécie.
- Carne: os cavalos são animais herbívoros pelo que o seu sistema digestivo não está preparado para digerir carne.
- Laticínios: os cavalos adultos são intolerantes lactose. Fornecer queijo, leite, gelado ou iogurte, poderá contribuir para um quadro de gases intestinais e diarreia.
- Pão e bolos: alimentos processados para consumo humano não devem ser fornecidos a cavalos, podendo originar quadros de dor abdominal (cólica).
- Feno com bolor: os esporos do bolor podem originar danos irreversíveis no sistema respiratório do cavalo.
- Mistura de alimentos: não devem receber alimentos que são destinados à outra espécie animal. O que é benéfico, por exemplo, para vacas não é bom para cavalos podendo. Pode até resultar na morte dos animais.
Mas, se você quiser dar uma “balanceada”, de vez em quando, na alimentação do seu cavalo, eis algumas dicas se alimentos que podem ser fornecidos ocasionalmente, como cenoura, maça, pera, ameixa, melancia, pêssego (todos sem caroço), banana e laranja (sem casca).
Sempre ficando atento que o excesso de consumo de qualquer um dos alimentos mencionados acima pode desequilibrar a dieta do cavalo, principalmente para um funcionamento intestinal normal. A moderação é assim a chave para o sucesso.
E aí, gostou deste texto? Sabe onde comprar cavalos de criadores de todo Brasil? Acesse o site MF Rural e encontre cavalos e todas as raças à venda com preço.
Veja também: Cavalos têm sentimentos? O que dizem estudos?