Inegavelmente, a palmeira é o tipo de planta ideal para transformar a paisagem de seu jardim em um ambiente mais tropical. É um elemento importante na composição do paisagismo nacional ao lado de arbustos, gramados e plantas rasteiras.
Mas, cultivar essas plantas exige alguns cuidados que começam desde o momento da escolha da espécie e do local, passando pelo plantio até a manutenção correta, com o objetivo de deixá-las sempre belas e impactantes.
Sendo assim, neste post daremos dicas de como cuidar de palmeiras. Descubra como fazer com que suas palmeiras cresçam saudáveis e fiquem sempre frondosas, contribuindo com a decoração do ambiente, seja externo ou interno. Boa leitura!
Uma breve introdução ao universo das palmeiras
Em termos históricos, as palmeiras surgiram no final do período Cretáceo, há cerca de 70 milhões de anos, sendo plantas muito comuns nos hemisférios norte e sul. Elas pertencem à família Arecaceae e possuem um caule lenhoso e cilíndrico, terminando com um penacho de folhas.
São espécies perenes e que possuem um ciclo de vida muito longo, que pode chegar a até 200 anos, como é o caso das tamareiras (Phoenix dactylifera).
Diferentemente de outras espécies de árvores, o tronco das palmeiras recebe um nome especial: estipe ou espique. Geralmente são retos e esguios, podendo ser também curtos e dilatados. São capazes de alcançar até quase 50 metros de altura.
Espécies de palmeiras
Estima-se que existam cerca de 2.600 espécies diferentes na família das palmeiras, distribuídas em mais de 200 gêneros. Dessa maneira, podem ser encontradas em praticamente todos os lugares do planeta, dos mais quentes aos mais frios.
Entretanto, a grande maioria das espécies está restrita ao cultivo em regiões tropicais e subtropicais, com apenas algumas delas encontradas em pontos gelados, inclusive com temperaturas abaixo de zero.
É o caso, por exemplo, da espécie Nannorrhops ritchiana, que desenvolve vários troncos e algumas folhas em forma de leque, podendo resistir a incríveis -20ºC.
Quer conhecer outras espécies de palmeiras? Veja nosso artigo sobre o assunto e escolha a que mais se adequa ao seu espaço! Leia: Tipos de palmeiras: conheça mais para escolher melhor.
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Cuidar de palmeiras começa pela escolha da área
Conforme citamos no começo do texto, como as palmeiras são espécies que duram muito tempo e possuem diferentes tamanhos, antes de fazer o plantio é preciso analisar o local disponível.
Uma das vantagens de cultivar palmeiras, é que suas raízes não costumam danificar muito pisos e calçadas. Todavia, precisam de um bom espaço que garanta o seu desenvolvimento.
Outro detalhe importante, é que por serem plantas de origem tropical, a grande maioria das espécies precisa da luz do sol, que vai proporcionar um bom crescimento e desenvolvimento.
Se plantá-las numa sombra, o crescimento será considerado “fraco”, com um tronco grosso e folhas extremamente longas, tudo isso na tentativa de alcançar um ponto mais iluminado.
Por outro lado, também existem aquelas espécies que necessitam um pouco menos de luz solar, podendo ser cultivadas em ambientes internos. Mas, mesmo assim, o mínimo de luz natural ainda é necessário.
Para conhecer melhor quais espécies são indicadas para os ambientes, acesse nossos artigos: Conheça 6 tipos de palmeiras para áreas externas e Palmeiras para ambientes internos: conheça 6 espécies.
Ademais, como as palmeiras resistem muito bem aos ventos fortes, dependendo da área escolhida, uma das finalidades dessas plantas poderá ser a de proteção contra os ventos, desde que plantadas em conjunto.
Cuidados no plantio
Se você já escolheu o local e a espécie, a próxima etapa será o plantio. É importante destacar que o investimento vai depender do tamanho da palmeira. Se optar por uma muda ou de tamanho pequeno, esse custo será menor.
Aliás, você sabe como diferenciar uma boa muda daquelas de baixa qualidade? Confira:
- O torrão deve ter o tamanho adequado para a espécie e diâmetro do tronco (estipe);
- O tronco deve ser uniforme e não deve ter feridas causadas por poda incorreta ou outros danos;
- A palmeira deve ter uma copa completamente saudável, com folhas vigorosas, seguindo o padrão da espécie e não deve estar infestadas por pragas.
Ademais, existe também a possibilidade de comprar palmeiras já adultas. Porém costumam ser mais caras, tanto pelo valor da planta, como também pelas despesas ao seu plantio, uma vez que poderá exigir o uso de guindastes, dependendo do peso da planta, que pode chegar até 450 quilos!
Se for utilizar guindastes, ao levantar a árvore use uma correia de nylon ou poliéster, para evitar danos no estipe da palmeira. Esses “ferimentos” atraem insetos e podem prejudicar o desenvolvimento.
Além disso, é importante que o solo seja de boa qualidade e, de preferência, enriquecido com adubo e húmus.
Dica importante: Verifique se não há encanamentos ou outras estruturas (serviços de telefonia, água, gás, etc.) no subsolo onde as árvores serão plantadas. Isso evitará dores de cabeça, tanto na hora de abrir a cova, como futuramente, quando a planta se desenvolver e criar raízes mais profundas.
É hora de plantar as palmeiras!
Agora que você já checou se a área escolhida não possui nenhum dos impedimentos que citamos acima, é importante levar a planta até bem próximo do local de plantio, antes de abrir a cova. Assim, será mais fácil medir o buraco que será feito.
Confira outras etapas:
- Prenda a folhagem durante o transporte da planta para proteger o botão terminal, uma vez que, se essa parte sofrer algum dano, a planta pode morrer. Após o plantio, remova as amarrações;
- O ideal é fazer uma cova aproximadamente 50 cm maior do que o torrão da raiz da planta;
- Em seguida, retire a embalagem que protege a raiz (feita de plástico ou saco de estopa);
- Coloque a árvore na posição, deixando o torrão da raiz levemente abaixo do nível do chão (entre 2,5 a 5 cm abaixo do solo);
- Preencha o restante do buraco com terra, regando aos poucos;
- Faça uma barreira com terra ao redor da planta, para ajudar a manter a umidade na cova;
- Prenda a árvore a uma estaca: como as palmeiras não possuem grandes raízes para suportá-las nessa fase inicial, é preciso segurá-las até que estejam totalmente estáveis no solo;
- Adube deixando uma distância de 30 a 60 cm do tronco e atenção para não colocar produto em excesso;
- Regar periodicamente as palmeiras até atingirem o período de estabilização, sem encharcar. Dica: regar diariamente nas primeiras semanas. Depois, poderá ser semanalmente e diminuindo gradualmente a frequência dependendo do crescimento e estabilização;
- Se o solo tiver uma boa drenagem, utilize um pouco de cobertura morta para reter umidade, impedindo a entrada das temidas ervas daninhas (se aparecerem, evite usar herbicidas, pois muitas espécies de palmeiras são sensíveis a esses produtos. O ideal mesmo é usar as mãos para arrancar essas plantas invasoras até que a espécie esteja maior e estável).
Agora, se você não tem um jardim que comporte o plantio de uma palmeira, confira nosso artigo sobre como plantar e cultivar palmeiras em vasos.
Cuidados no cultivo
A exemplo de outras plantas, as palmeiras também necessitam de cuidados especiais durante a fase de desenvolvimento. Nesse sentido, fique atento ao ataque de pragas ou ocorrência de doenças.
As doenças mais comuns são causadas por fungos, que podem atingir a parte aérea da planta, as sementes, ou também estar presentes no solo. No caso do ataque nas folhas, por exemplo, o recomendado é que seja feita uma poda, retirando as partes afetadas com o fim de evitar a proliferação às folhas sadias.
Com relação às pragas, elas comprometem o desenvolvimento e o aspecto estético, destruindo folhas, caule (estipe), flores, frutos e sementes, sem falar que afetam diretamente o vigor e a beleza dessas plantas.
A mais comum é a chamada broca-do-olho-das-palmeiras ou broca-do-olho-do-coqueiro (Rhynchophorus palmarum Linnaeus). São besouros negro-aveludados, cujas fêmeas aproveitam as partes tenras das palmeiras (olho ou gema apical) ou ferimentos pré-existentes para botar seus ovos.
As larvas que nascem se alimentam dos tecidos sadios das palmeiras, deixando-os com uma coloração avermelhada. Os sintomas mais evidentes do ataque dessa praga são o amarelecimento e murcha de folhas, tombamento e morte da planta. A melhor maneira de combater essa praga é usar armadilha usada na captura dos besouros.
Poda das palmeiras
Além dos cuidados com pragas e doenças, a poda também é uma tarefa importante, que tem o objetivo de estimular o crescimento da planta em altura.
Com o surgimento das folhas novas, as mais velhas vão se movendo para baixo até secarem, comprometendo a estética das plantas e por isso, devem ser retiradas.
Mas, não é só isso: a poda previne doenças e até mesmo evita acidentes, dependendo da espécie escolhida.
No vídeo abaixo, confira como fazer a poda de uma palmeira plantada em um vaso:
Conclusão
Portanto, com as dicas que citamos acima esperamos ter ajudado você a ter conhecimento de como manter suas palmeiras sempre saudáveis. Afinal, são espécies que embelezam muito o ambiente!
Quer conhecer outras espécies para compor o paisagismo da sua casa? Confira nosso artigo sobre plantas para jardim. Boa leitura!