Você, produtor rural, com certeza já se deparou com a seguinte situação: uma área de cultivo, próximo ao período da colheita, devastada por plantas daninhas.
Trata-se de um grave problema, pois há o risco de comprometer a produtividade e, no final das contas, o lucro.
Portanto, neste artigo iremos mostrar cinco dicas para fazer o manejo correto para evitar ou combater as plantas daninhas. Acompanhe!!
Panorama atual das plantas daninhas
Estudos realizados por especialistas mostram que as plantas ou ervas daninhas são responsáveis, com frequência, por grandes estragos e pela perda de rentabilidade em lavouras.
Para complicar, essa incidência aumentou nos últimos anos. Portanto, é um motivo de alerta para os agricultores.
Segundo Sérgio Zambon, gerente sênior de Desenvolvimento Técnico da BASF, esse aumento de plantas daninhas deve ser controlado de forma eficiente, por meio de boas práticas agrícolas.
O capim amargoso, por exemplo, é uma das plantas daninhas de maior disseminação em todo Brasil. Trata-se de uma planta perene, entouceirada e que floresce praticamente o ano todo.
Além disso, apresenta um elevado potencial produtivo de sementes que se dispersam facilmente pelo vento. Neste caso, torna-se imprescindível o entendimento da biologia desta planta invasora.
Impacto das ervas daninhas na agricultura
Caso os agricultores não tomem providências, as perdas de produtividade podem superar 80% nas plantações de soja, no início do desenvolvimento da cultura.
Por isso, é importante evitar a proliferação dessas plantas daninhas e, consequentemente, não comprometer a produtividade da sua lavoura.
No vídeo abaixo, confira um estudo realizado pela Embrapa nas principais regiões produtoras do País que avaliou que os custos de produção em lavouras de soja com plantas daninhas resistentes :
1. Faça um planejamento para manejo das plantas daninhas
Não é novidade: qualquer negócio bem-sucedido necessita de um plano bem estruturado para alcançar seus objetivos. E, no agronegócio, não é diferente!
Para fazê-lo, é preciso atenção, dedicação e compromisso, além de excelente capacidade analítica.
Entretanto, requer, em um primeiro momento, o mapeamento e o reconhecimento das plantas daninhas existentes na lavoura. Depois, você terá condições de recorrer à adoção de mecanismos de ação mais efetivos para o manejo delas.
Nessa etapa do processo, é importante que os agricultores considerem, como ponto de partida para as suas atividades na entressafra, especialmente os períodos de dessecação em pré-semeadura.
Dessecar a vegetação da área a ser cultivada, com antecipação ao plantio, é vantajoso não só para o controle de plantas invasoras, como para o de outras pragas.
Além disso, é fundamental que o planejamento inclua também a análise de condições climáticas e do solo, porque influenciam diretamente a proliferação de ervas daninhas.
Invernos mais úmidos e menos rigorosos, por exemplo, favorecem o aumento da população de algumas dessas plantas.
No vídeo abaixo, veja como deve ser feito o manejo de ervas daninhas em sistemas integrados de produção:
2. Utilize herbicidas e outros tratos culturais
As plantas daninhas se reproduzem com muita facilidade, tanto por meio de sementes, quanto por estruturas específicas, como os estolões, isto é, quando uma planta origina outra, sem a necessidade da produção de sementes.
Determinadas espécies de ervas daninhas têm a capacidade de produzir aproximadamente 300 mil sementes.
Daí a necessidade de utilizar herbicidas, assim como valer-se de tratos culturais, para controlar a sua produção.
Os herbicidas são, de fato, uma das alternativas mais cogitadas pelos agricultores. Isso, porque são fáceis de manusear e contribuem bem para a redução da germinação de plantas daninhas.
A seleção desses produtos deve ser feita com base nas espécies de plantas categorizadas na área do plantio e nas características físico-químicas dos herbicidas.
Recomenda-se que a sua aplicação, assim como a de produtos residuais, seja realizada quando as plantas daninhas ainda são jovens. Portanto, possuem melhor absorção em relação as já formadas.
Lembrete: fique atento a alguns fatores climáticos. Umidade baixa, menor do que 60%, temperatura alta, ou seja, superior a 30°C, e vento podem prejudicar a atuação de herbicidas no controle das ervas daninhas.
Para fazer um bom trabalho, é preciso também utilizar-se de equipamentos adequados que permitam que os produtos atinjam o alvo com eficiência.
Conforme citamos acima, não adianta usar os herbicidas certos sem atentar-se ao estado desses instrumentos e à dosagem correta dos produtos. São imprescindíveis para garantir a qualidade da aplicação.
3. Rotação de defensivos agrícolas no ciclo de culturas
Muitos não sabem, todavia é muito importante empregar mais de um mecanismo de ação para conter as ervas daninhas. Então, por que não utilizar, para isso, a rotação de produtos agrícolas e de culturas por uma ou duas safras?
Ao fazer isso, você contribui para a quebra do ciclo de plantas daninhas. Isso é muito positivo para o desenvolvimento do cultivo, já que evita o aumento da resistência de tais pragas a determinados herbicidas.
Então, não deixe essa atividade fora do seu planejamento. Afinal, os herbicidas não são tão eficientes assim, quando utilizados sozinhos.
Rotação de culturas
Uma dica extra é a rotação de culturas no manejo de plantas daninhas. Essa técnica agrícola de conservação diminui a exaustão do solo.
Isto é feito trocando as culturas a cada novo plantio de forma de que as necessidades de adubação sejam diferentes a cada ciclo.
A cada variedade cultivada, ocorre também a troca de herbicidas, o que ajuda a combater as ervas daninhas tão indesejáveis.
4.Pratique o plantio direto
Assim como a aplicação de herbicidas, o plantio direto também é uma ótima opção para reduzir os efeitos das plantas daninhas na produção agrícola.
O plantio direto, que tem como um dos principais pilares a rotação de culturas, é uma técnica de semeadura que se utiliza da palha e de outros restos culturais.
Aliás, nesse sistema, o solo somente é manuseado durante o plantio, com a abertura de um sulco e o depósito de fertilizante e sementes no terreno. Depois disso, não há mais manipulação.
A aragem e a gradagem do solo não são aplicadas do processo produtivo, mantendo-se, assim, a palha intacta antes e depois do plantio.
Entre as principais vantagens dessa técnica estão:
- Controle da erosão;
- Aumento de teor de matéria orgânica no solo;
- Redução da perda de água e da variação de temperatura no terreno;
- Aumento da atividade microbiana;
- Proteção do solo contra os raios solares;
- Diminuição da emissão de gases estufa;
- Manejo eficiente de plantas daninhas.
5. Monitore o resultado do seu trabalho no controle de plantas daninhas
Após o planejamento, uso de herbicidas, rotação de culturas e plantio direto, resta apenas ao produtor monitorar os resultados de todos esses esforços para combater as plantas daninhas. Então, essa é uma etapa importante para o sucesso do seu negócio.
Apesar de ser ainda uma etapa não cumprida por uma parcela considerável de produtores, o monitoramento das áreas de plantio é fundamental para saber se as medidas adotadas estão se saindo conforme o previsto.
Se você não fizer esse monitoramento, não terá o controle sobre as suas operações nem consegue identificar quais ações precisam ou não de ajustes ou de correções.
Veja mais métodos de controle de plantas daninhas no vídeo abaixo:
Agora que você já sabe como manejar, de forma adequada, as ervas daninhas, é hora de colocar essas dicas em prática para eliminar as ervas daninhas.
Portanto, é mais fácil do que você imagina: basta fazer um plano consistente, utilizar soluções integradas (herbicidas, semeadura direta etc.) e avaliar os resultados. Faça tudo com cautela na área e no momento certo.
Além do controle das plantas daninhas, o agricultor deve ficar atento a um outro problema que pode comprometer a sua lavoura: as pragas agrícolas. Boa Leitura!