Produção de algodão 2017/2018 poderá ser maior

Produção de algodão 2017/2018 poderá ser maior

Volta da normalidade climática, depois de alguns anos de seca em estados de produção expressiva, como a Bahia, explicam crescimento do plantio e produção de algodão no país

A safra do algodão 2017/2018 demonstra boas perspectivas. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a área plantada pode crescer em torno de 17% neste próximo ciclo, enquanto a produção pode ser de 1,8 milhão de toneladas, ante 1,6 milhão que o país espera alcançar na colheita em curso.

Veja também: Saiba o que pode influenciar o mercado de algodão em 2020

Embora otimistas, tanto acerca da safra em curso quanto da próxima, qualquer previsão de aumento dos produtores só se sustenta em um contexto de preços favoráveis. Hoje, o algodão que está sendo colhido e vendido, em média, a US$0,725 por libra-peso. Os contratos para 2017/2018 têm valor semelhante.

Os custos de produção de algodão são muito altos. Por isso, se o preço não for remunerador, os produtores optam por migrar para soja e milho, culturas de menor custo por hectare e boa liquidez.

O aumento na área plantada de algodão, previsto para a próxima safra, é resultado, principalmente, da volta à normalidade climática, depois de alguns anos de seca em Estados de produção expressiva, como a Bahia.

produçao de algodao no brasil

Preços do algodão

Com a alta dos preços internacionais e as oscilações na taxa de câmbio, agentes se voltaram para as negociações de contratos para exportação, principalmente envolvendo o produto da safra 2017/18.

O número de negócios captados pelo Cepea, no entanto, ainda tem sido baixo. No mercado brasileiro, apenas alguns lotes foram comercializados para entrega neste final de 2017 e ao longo de 2018.

Já para entregas rápidas, boa parte dos vendedores segue retraída, mantendo baixa a liquidez. Algumas indústrias estão ativas no mercado, mas ofertando preços inferiores aos pedidos por cotonicultores e tradings.

A disparidade de preços entre os agentes e a diferença de qualidade num mesmo lote de pluma limitaram os fechamentos. Assim, de 31 de outubro a 7 de novembro, o Indicador do algodão Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias, subiu apenas 0,27%.

Exportação do algodão

As exportações de algodão do Brasil na safra 2017/18 deverão crescer 24% ante a temporada passada, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

A alta ocorre em meio a um cenário de maior demanda global e melhora na qualidade do produto ofertado pelo Brasil. O principal mercado é externo com grande parte do algodão brasileiro sendo exportada para Indonésia, Coreia do Sul, Malásia e China.

Os principais estados brasileiros produtores de algodão na atualidade são Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraná, Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Piauí.

A melhor explicação para o aumento na área de plantação do algodão no país, segundo o USDA, é a expectativa por melhores preços e da decisão de produtores de destinar áreas originalmente usadas para milho da segunda safra para a produção de algodão, devido aos melhores retornos.

Venda de algodão no mercado interno

As vendas de algodão no mercado interno estão mais atrativas que as exportações. É o que afirmam os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

De acordo com o Cepea, isso vem ocorrendo mesmo com a alta dos preços internacionais e a redução dos estoques em nível global. Por essa razão, o mercado interno passou a atrair mais a atenção dos vendedores de algodão em detrimento de novos contratos de exportação de curto prazo.

Custos de produção de algodão no Brasil

A análise dos custos de produção do algodão indica que agrotóxicos e fertilizantes compõem juntos a maior parte dos custos operacionais(58%).

Outros componentes importantes dos custos de produção são máquinas, beneficiamento, utilização de sementes e depreciação, decorrentes do uso intensivo de tecnologia aplicada na produção e de investimentos na melhoria da produtividade e qualidade do algodão.

Foi a partir do ano-safra 2015/16 que os resultados de rentabilidade para o produtor começaram a melhorar com margens bruta e líquida positivas para o custeio.

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