A escolha das raças das galinhas faz toda a diferença no sucesso de empreendimentos que envolvam essas aves. Objetivos diferentes pedem aves com características distintas, o que determina a competitividade do negócio.
Você sabia que galinhas gordas não põem ovos com boa frequência? E que para ter um negócio rentável com a finalidade de postura, por exemplo, é preciso ter galinhas para essa finalidade?
Dessa maneira, para tirar as principais dúvidas, preparamos este artigo que vai ajudá-lo a escolher as melhores raças das galinhas para o seu negócio. Boa leitura e bons investimentos!
Criação de galinhas no Brasil
Estima-se que a domesticação da galinha pelo ser humano tenha começado há cerca de 7 mil anos.
No Brasil, algumas das raças mais conhecidas chegaram com os portugueses, cruzaram e deram origem às raças de galinhas naturalizadas brasileiras. A avicultura está em plena expansão no Brasil, tanto de postura como para corte.
Nesse sentido, segundo dados do IBGE, a produção de ovos de galinha chegou à marca de 1,01 bilhão de dúzias no terceiro trimestre de 2020, o que representa 3,8% a mais do que no mesmo período de 2019; e crescimento de 3,6% no trimestre anterior.
Considerando a série histórica iniciada em 1987, esse foi um novo recorde de produção, mostrando a tendência de crescimento do setor. De acordo com levantamento da Embrapa, a produção de aves de corte também aumentou.
Em 2019, o país tinha 51,5 milhões de matrizes de corte alojadas, com 13,2 milhões de toneladas produzidas (terceiro maior produtor mundial), o que representou 3% de aumento na produção nacional (em relação a 2018).
Desse total, 32% foram destinados à exportação. Aliás, o Brasil se tornou o maior exportador mundial de carne de frango.
Afinal, quais são as raças de galinhas mais comuns no Brasil?
Em se tratando de pequenas criações, como na agricultura familiar, uma das raças mais tradicionais de se encontrar em todo o país é a caipira comum, pois apresenta dupla finalidade: produção de carne e de ovos.
São galinhas rústicas que chegam a pesar até 3 quilos, produzem em média 180 ovos por ano e, portanto, excelentes para criações de subsistência.
Outra opção de criação de galinhas, em se tratando de produções de baixo custo, é a caipira de pescoço pelado, que é resultado do melhoramento genético francês.
Leva esse nome porque possui plumagem de coloração variada, exceto no pescoço – daí a origem do nome. Ela também é utilizada para produção de carne ou de ovos, chega a pesar 3 quilos e bota em média 180 ovos por ano.
Por falar galinhas caipiras, está pensando em investir nessa criação? No vídeo abaixo, confira dicas de como começar literalmente “do zero”:
Quanto às galinhas híbridas, uma das raças mais comuns é a Embrapa 051, desenvolvida pela Embrapa, semipesada e com boa produção de ovos. Elas produzem de 21 semanas de idade até 80 semanas de idade, sendo ideais também para criações rústicas.
As galinhas Embrapa 051 apresentam plumagem castanha intensa, excelente produção de ovos, longevidade e rusticidade. Afinal, começam a botar ovos com 21 semanas e produzem até a idade de 90 semanas, com potencial para produzir 345 ovos por galinha durante o ciclo de produção.
Galinhas em sistema de confinamento
Mas, logicamente a produção maior de ovos no Brasil ocorre com as raças de galinhas poedeiras criadas em sistema de confinamento intensivo. Portanto, nesse modelo, as aves são alojadas em gaiolas dentro dos galpões durante toda a sua vida produtiva.
Enfim, esse sistema de produção em massa viabilizou o aumento do consumo e transformou o ovo em uma das principais fontes de proteína animal a um preço acessível a toda população brasileira.
Raças de galinhas diferentes para funções diferentes
Um comunicado técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) orienta os produtores na escolha das raças ou linhagens a serem incorporadas nos empreendimentos rurais dedicados à produção de galinhas e seus produtos e subprodutos.
Para criação de subsistência, são indicadas as raças Plymouth Rock Barrada (carijós), Rhode Island Red (vermelhas), New Hampshire, Shamo e Asil.
Quem deseja criação comercial de raças puras para produção agroecológica, criação ornamental ou exposição, deve optar por galinhas de raça pura Leghorne, Australorp, Minorca, Rhode Island Red, Plymouth Rock, New Hampshire, Sussex, Orpington, Brahma, Cochin, Gigante de Jersey, Bantam Japonesas, Turken Transilvânia, Cornish, Shamo, Asil ou Sumatra.
Híbridos de corte e de postura
Os interessados em produção comercial de carne e ovos podem contar com híbridos de corte e de postura, tanto importados quanto nacionais.
Entre os importados para corte temos as raças Ag Ross, Cobb Vantress, Hybro, Isa Vedette, MPK, Hubbard, Arbor, Acres, Avian e Shaver. Enquanto nos importados para postura as Hisex, Lohmann, Isa, Hy-Line, Shaver, H&N Nick Chick, Tetra e Harco.
Nos híbridos nacionais de corte, estão as raças: Embrapa 021, S-54 e Chester; já nos de postura: Embrapa 011 e Embrapa 031. Nos alternativos, o comunicado sugere a caipira de pescoço pelado, Paraíso Pedrez, Embrapa 041, Frango Gaúcho, Acoblack, Gigante Negro, Pesado Vermelho, Carijó Pesado, Carijó Pescoço Pelado, Master Griss e Pesadão Vermelho.
Importância da avicultura
Portanto, como apresentamos neste artigo sobre raças de galinhas, a avicultura é uma importante atividade comercial para o produtor rural. O consumo de carne de frango e ovos de galinha fazem parte da cultura gastronômica do Brasil.
Essas criações possuem muitas vantagens, como a possibilidade de se obter alta produção em pequenas áreas e rápida recuperação do capital investido, podendo ser realizadas com mão de obra familiar.
Veja também esse texto sobre o papel da iluminação para melhorar a produtividade nas granjas. Boa leitura!