Sistemas de irrigação na produção agrícola

Sistemas de irrigação na produção agrícola

Conhecer e utilizar os sistemas de irrigação é hoje a melhor alternativa e, assim, o produtor rural não ficará dependendo só da chuva e outras condições climáticas para o sucesso de sua lavoura.

Entretanto, para garantir bons resultados é preciso utilizar um dos sistemas disponíveis de maneira correta.

Neste artigo, iremos apresentar as formas e os sistemas de irrigação mais utilizados para que a sua produção agrícola possa ter um bom desenvolvimento.

O que é a irrigação?

Dessa forma, antes de explicar as características e quais são os sistemas de irrigação utilizados, é preciso entender o que é a irrigação e a sua importância para a produção agrícola.

Com o passar dos anos, a irrigação ganhou novos conceitos, de acordo com as técnicas e necessidades de cada período.

Assim sendo, de uma forma mais ampla, podemos dizer que a irrigação é o processo que engloba técnicas, mecânicas ou não, utilizadas para fazer a água chegar artificialmente à plantação.

Sistema de irrigação jogando água numa plantação
A irrigação garante água em quantidade suficiente para o sucesso das lavouras. Portanto é preciso escolher um dos sistemas disponíveis.

Essas técnicas têm como objetivo principal fornecer a quantidade necessária de água para o desenvolvimento da planta, garantindo, dessa forma, uma boa colheita.

Aliás, a irrigação é muito importante para o agronegócio. Afinal, a utilização de um dos sistemas de irrigação de forma correta traz uma série de vantagens para o produtor, seja ele grande ou pequeno.

São elas:

  • Garante água em quantidade ideal;
  • Redução do risco de quebra de safra por conta da seca;
  • Aumento da produtividade;
  • Melhora a qualidade do produto colhido;
  • Permite a produção entressafra.

Além disso, a utilização de um dos sistemas de irrigação acaba gerando mais empregos e, também, criam novas oportunidades de negócios para o campo.

Tipos de sistemas de irrigação na lavoura

Conforme citamos acima, a irrigação é muito importante para a produção agrícola. Assim sendo, atualmente existem diferentes tipos de sistemas disponíveis para se irrigar uma plantação, sendo que, os mais comuns de serem encontrados no Brasil são:

Irrigação por aspersão

É o sistema de aplicação que imita a chuva. Assim, pode ser feito através do sistema convencional (fixo) ou mecânico (com a utilização de pivôs e carreteis);

Irrigação localizada

Aplicação ocorre em apenas áreas determinadas. Nesse sentido, está dividida em dois tipos: gotejamento e microaspersão;

Plantio com sistema de irrigação por gotejamento
O sistema de irrigação por gotejamento reduz gastos para o produtor e pode dobrar produtividade.

Irrigação subterrânea

A água é aplicada debaixo do solo, na mesma área em que estão as raízes. Os sistemas de aplicação são: gotejamento subterrâneo; meses de subirrigação e levantamento do lençol freático;

Irrigação de superfície

A aplicação da água no solo ocorre por gravidade (espécie de “enxurrada”). Dessa forma, pode ser realizada através dos sistemas de sulcos ou de inundação.

Confira 3 dicas para reduzir custos na hora de irrigar as pastagens.

Benefícios dos sistemas de irrigação

Afinal, como dissemos, a irrigação é uma prática agrícola que usa equipamentos e técnicas para suprir a deficiência de água para a lavoura.

Confira abaixo os benefícios da irrigação:

  • Aumenta a produção agrícola (de 2 a 3 vezes a mais que nas lavouras que dependem só da chuva);
  • Aumenta a oferta de alimentos;
  • Melhora a qualidade das lavouras;
  • Permite explorar a agricultura em regiões de clima mais seco;
  • Abertura de novos mercados, inclusive exportação;
  • Aumenta oferta de empregos;
  • Uso de novas tecnologias na produção de alimentos;
  • Proporciona o aumento da diversidade de culturas.

Qual dos sistemas de irrigação é mais usado?

O sistema de irrigação por aspersão é um dos mais comuns. Assim, pode ser utilizado desde em pequenas plantações (como hortas), até em grandes monoculturas. Esse modelo é o que melhor imita a queda da chuva.

Dessa forma, a água é jogada sobre as plantas de cima para baixo, na forma de gotículas que molham as folhas e o solo. Geralmente, a água é bombeada da fonte e, através de uma tubulação, levada até os aspersores ou sprays.

Esse modelo por aspersão é formado, normalmente, por um conjunto motobomba, tubulações, aspersores e acessórios. Existem no mercado diversos tipos de aspersores e sprays indicados para diferentes finalidades.

O sistema de irrigação por aspersão pode ser móvel ou fixo, permanente ou não, aplicação acima ou abaixo das folhas. Além disso, suportam diferentes vazões e níveis de pressão.

Tipos de irrigação por aspersão

Dessa maneira, destacamos de uma forma simples, que o sistema de irrigação por aspersão pode ser divididos em dois tipos: o sistema de linhas laterais e o sistema com aspersores do tipo canhão, sendo que esses dois modelos ainda possuem subdivisões.

Lavoura em fase de crescimento irrigada por aspersão
Exemplo de linhas laterais de irrigação por aspersão convencional.

Cada equipamento desses é mais adequado para determinadas situações e são muitos os fatores que influenciam na elaboração de um projeto de irrigação.

Portanto, é importante contar com ajuda de especialistas no momento de montar o sistema de irrigação por aspersão.

Linhas laterais

É o sistema por aspersão construído a partir da combinação de tubulações e aspersores. Elas podem ser dos seguintes tipos:

  • Fixo
  • Móvel manual
  • Móvel mecanizado

Aspersores canhão

Sistema com um aspersor que trabalha com altos níveis de pressão e vazão de água. Divididos em dois modelos:

  • Fixo
  • Móvel: subdividido em: carretel e autopropelido por cabos de aço

Tipos de aspersores

Os aspersores são as peças mais importantes e, dessa forma, essenciais para um sistema de irrigação correto. Eles podem ser classificados de diferentes formas, mas as principais são o tipo de jatos, pressão e alcance.

No que diz respeito aos tipos de jato, os aspersores podem ser divididos em dois: os fixos e os rotativos.

Fixos:

Os aspersores fixos, também chamados de sprays ou difusor, são aqueles em que o desenho da água é formado a partir do jato sendo defletido em anteparos.

Dessa forma, o jato de água é lançado (com pressão) pelo aspersor. Ele bate em superfícies de plástico fixas e, consequentemente, se espalham em várias direções.

Rotativos:

Já os aspersores rotativos utilizam movimentos mecânicos circulares, gerados pela pressão da água, para criar a sua forma de aspersão. Desse modo, podem ser divididos em:

Movimento de reação ou impulsão: nesse modelo, o movimento circular do aspersor é gerado por jatos de água que saem através de bocais apontados em direções opostas.

Movimento por impacto: o jato de água sai com grande pressão, movimenta o balancim que, com a ajuda de uma mola, movimenta o aspersor através do impacto causado pelo seu retorno à posição original. Dessa forma, esse modelo é muito utilizado, graças a sua simplicidade e durabilidade.

Movimento por engrenagens: a água ativa uma pequena turbina no corpo do aspersor que, em seguida, ativa uma série de engrenagens que vão gerar o movimento de rotação do equipamento.

Todavia, por ser delicado e exigir que o líquido passe através de pequenas passagens, a água utilizada nesse processo precisar ser de boa qualidade.

No vídeo abaixo, veja como implantar um sistema de irrigação para pastagem:

Fonte: Epagri Vídeos.

Classificação pelos níveis de pressão

A classificação do sistema de irrigação por aspersão depende do nível de pressão exigido do sistema para que os aspersores funcionem da forma correta. Sem isso, a irrigação será feita de forma desigual.

Pressão muito baixa: trabalham com pressão inferior a 100kPa e tem um alcance curto (menos de 6m);

Pressão baixa: as pressões variam entre 100 e 200kPa, o alcance do jato chega a 12m;

Média pressão: trabalham entre 200 e 400kPa. Têm um alcance máximo de 36m;

Pressão alta: são os canhões hidráulicos. Trabalham com níveis de pressão superiores a 400kPa. O raio de alcance do jato varia entre 30 e 60m de distância.

Vantagens e desvantagens do sistema de irrigação por aspersão

O sistema de irrigação por aspersão permite um bom controle da lâmina de água aplicada.

Dessa maneira, a eficiência desse método é em torno de 70%, podendo alcançar 90% em alguns sistemas.

Sistemas de irrigação por aspersão
A irrigação por aspersão simula a chuva e, por isso, garante uma boa eficiência no sucesso da produção.

Todavia, o vento, a umidade relativa do ar e a temperatura, que são os principais fatores climáticos, podem afetar o uso da irrigação por aspersão. Confira as vantagens e desvantagens do sistema por aspersão, segundo análise técnica da Embrapa:

Vantagens:

  • O sistema de irrigação por aspersão pode ser usado em terrenos com declividades mais acentuadas e superfícies menos uniformes;
  • Pode ser utilizado em solos com alta capacidade de infiltração e baixa capacidade de retenção de água, como os arenosos, pois permite irrigações frequentes e com menor quantidade de água;
  • Permite, em geral, distribuição de água mais uniforme;
  • Interfere pouco com as práticas agrícolas, visto que em alguns sistemas, os acessórios facilitam a rápida desmontagem do equipamento;
  • Tem uma boa condução pois os condutos fechados evitam perdas de água por infiltração, escorrimento e evaporação;
  • Deixa maior área disponível para a cultura devido à ausência de canais e sulcos;
  • Outrossim, permite maior economia de mão de obra, quando os sistema são permanentes ou mecanizados;
  • Possibilita a irrigação durante a noite, aumentando o tempo de irrigação e de utilização do equipamento;
  • Permite a aplicação de produtos químicos, via água de irrigação;
  • Permite o uso de certas águas residuais;
  • Pode ser aplicado para reduzir a temperatura do ar e na proteção contra geadas.

Desvantagens:

  • O sistema de irrigação por aspersão não deve ser usado em áreas com ventos fortes e constantes, pois prejudica a distribuição uniforme de água pelos aspersores. Em regiões de muito calor, pode ocorrer uma maior evaporação de água;
  • Há o risco de incidência de doenças nas plantas, por molhar as folhas e aumentar a umidade relativa do ar.
  • Pode interferir com alguns tratos culturais por lavar a parte aérea das plantas;
  • Pode causar prejuízos à fixação de botões florais ou mesmo de frutos novos devido ao impacto das gotas em determinadas pressões;
  • Precisa de um alto investimento inicial;
  • O transporte de tubulações portáteis e acessórios desse sistema convencionais é uma operação que exige muito trabalho;
  • Pode causar a compactação e erosão do solo em caso de grande aplicação de água.

Portanto, neste artigo sobre sistemas de irrigação, procuramos focar principalmente no método por aspersão porque é um dos mais comuns, que “imita” a chuva e pode ser usado em diferentes tamanhos de propriedades rurais.

Aliás, por falar em tecnologia no campo, confira também nosso post sobre o uso de irrigação artificial de luz que pode aumentar produtividade no campo. Boa leitura!!

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