A mosca-branca, além de introduzir toxinas nas plantas, transmite doenças graves que prejudicam diferentes lavouras, principalmente de soja e feijão, podendo levar a grandes prejuízos.
Aliás, a mosca-branca se disseminou pelo planeta, por meio da comercialização e do transporte de plantas ornamentais realizada entre os países da Europa, Bacia do Mediterrâneo, Ásia e Américas.
Ela também se transformou no vetor de mais de uma centena de viroses descritas em diferentes partes do mundo.
Assim sendo, devido a preocupação na agricultura, neste artigo iremos tratar de maneiras eficientes de combate à mosca-branca.
Afinal, o que é a mosca-branca?
A mosca-branca é um inseto da ordem Hemiptera, com aproximadamente 126 gêneros e mais de 1.200 espécies. Ela se diferencia das demais porque conta com dois pares de asas.
Apesar da grande variedade catalogada, todavia a espécie Bemisia Tabaci é a que mais causa prejuízos às lavouras, por seu poder destrutivo na cultura agrícola. Conhecida no Brasil desde 1923, é considerada importante vetor de vírus, como o mosaico-dourado do feijoeiro.
Sua ação negativa no cultivo de feijão, soja e algodão, por exemplo, reflete na economia e merece atenção especial dos produtores. Sua espécie possui enorme diversidade genética, ou seja, é possível que exista algumas centenas de biótipos diferentes do mesmo inseto.
Os ataques começam no transplante da cultura e prosseguem no decorrer de seu desenvolvimento. A dispersão da mosca-branca acontece por meio do vento, mas também por implementos ou produtos agrícolas que “carregam” os insetos entre diferentes lavouras.
Provoca, em curto prazo, redução acentuada da produtividade. Em longo prazo, pode comprometer, de forma irreversível, a sustentabilidade de muitos sistemas agrícolas do país.
Dessa maneira, além de ser destrutivo para as plantações, a mosca-branca se reproduz com facilidade e em alta quantidade.
É facilmente dispersada pelo cultivo e se desenvolve a partir da resistência adquirida pelo uso de inseticidas. Assim sendo, o inseto se torna cada vez mais difícil de ser controlado nas lavouras.
Como identificar o inseto?
A mosca-branca possui uma coloração amarelada e, nas asas, apresenta um tipo de “pó branco”, característico dessa espécie, que define o seu nome.
Os insetos possuem um aparelho bucal sugador, usado visando inserir no tecido das plantas e ao mesmo tempo se alimentar da seiva, o que também prejudica as plantas. O ciclo de vida desse inseto é de 15 a 21 dias, desde a fase de ovo até adulto.
Quando se alimenta, a mosca-branca introduz toxinas na planta, o que altera o desenvolvimento reprodutivo e vegetativo da cultura. Dessa forma, a praga reduz a produtividade e a qualidade da produção das lavouras.
Além disso, a mosca libera na planta substâncias açucaradas que facilitam o desenvolvimento de doenças como a fumagina, causada por fungos.
Controle da mosca-branca
Entre os prejuízos causados pela mosca-branca, estão:
- Disseminação de doenças na plantação;
- Sucção da seiva;
- Danos diretos ao cultivo.
Pelo número de problemas causados pela mosca-branca, é natural que o produtor considere o controle químico como a melhor alternativa para proteger as lavouras.
Porém, apesar de ser uma das estratégias cabíveis, existem outras opções que podem ser mais interessantes no controle da praga. Veja quais são elas:
Controle cultural
O controle cultural pode ser realizado antes do cultivo, durante e após. Confira:
- A partir do plantio de mudas saudáveis;
- Utilização de armadilhas para a redução da praga, como luminosos ou adesivos;
- Retirar as plantas que naturalmente hospedam as moscas-brancas, como as daninhas;
- Impedir o ciclo da mosca-branca, a partir da eliminação de restos de cultura;
- Criar barreiras vivas no sentido que a praga não se dissemine pelo vento;
- Retirar plantas já tomadas pela praga.
Controle biológico
O controle biológico pode ser manuseado de forma natural, ou seja, em que o produtor cria condições favoráveis aos insetos que beneficiam a lavoura e eliminação das pragas.
Pode pode ser feito também por espalhamento de insetos criados em laboratório, para que haja a eliminação da mosca-branca durante a época de reprodução da praga.
No primeiro caso, o uso de inseticidas seletivos pode auxiliar no processo. Os maiores inimigos naturais da mosca-branca são os entomopatógenos, os parasitoides e os predadores. Entenda melhor, a seguir:
- Predadores: coleóptera, hemíptera, neuroptera, ácaros da categoria dos phytoseiidae;
- Parasitoides: catalogados em mais de 500 espécies, os parasitoides são representados por seis categorias da ordem hymenoptera, encarsia e eretmocerus;
- Entomopatógenos: de forma natural, os fungos entomopatogênicos podem surgir, sendo das espécies de Isaria, Lecanicillium, Beauveria e Aschersonia.
Controle químico
A primeira opção de muitos produtores é o controle químico nas lavouras que utiliza inseticidas e venenos que devem ser autorizados, considerando:
- Outros inseticidas já utilizados no cultivo;
- Sua eficácia em relação a métodos menos agressivos;
- Análise prévia da necessidade de controle químico e se o controle da mosca-branca pode ser realizado com outros métodos sem o uso de venenos.
De acordo com a professora e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás, Cecília Czepak, a mosca-branca, em muitos casos, é resistente à produtos químicos porque muitos agricultores não realizam o Manejo Integrado da Praga (MIP).
“Estamos caminhando a passos lentos em relação ao manejo e infelizmente nos baseando quase que exclusivamente no controle químico e isso não é sustentável”, afirmou.
Segundo a pesquisadora, não há previsão para o desenvolvimento de novas tecnologias, o que atrapalha a redução da ocorrência da praga.
Conforme citou a pesquisadora Cecília Czepak, um dos principais focos das ações de controle da mosca-branca é o Manejo Integrado de Pragas-MIP nas lavouras. Confira como deve ser feito:
Se quiser saber mais sobre o assunto e temas relacionados, acesse nosso artigo sobre como fazer o controle das pragas agrícolas.