A ordenha é considerada uma das tarefas mais importantes dentro de uma fazenda leiteira. Isso porque, além da produtividade, é um dos fatores que podem influenciar na qualidade do leite produzido.
Assim sendo, conheça os tipos de ordenha existentes e principalmente os cuidados necessários em cada uma deles no sentido que você tenha uma produção de leite dentro dos padrões exigidos pelas autoridades sanitárias.
Na verdade, existem dois tipos tradicionalmente conhecidos: a ordenha manual e mecânica. Mas também vamos citar uma que é “intermediária”: a ordenha balde em pé. Confira no artigo e boa leitura!
Importância da produção leiteira
Em 2020, mesmo com a pandemia da Covid-19, os produtores de leite brasileiros conseguiram avançar no ganho da produtividade. Isso “puxados” pelo fato de uma compra maior do produto pelos laticínios, na ordem de 2,1% em relação a 2019 (recorde de 25,5 bilhões de litros).
De acordo com o Índice Ideagri do Leite Brasileiro (IILB), a produção de leite por matriz dos rebanhos de 615 fazendas profissionais, avaliadas pelo programa, cresceu 4,7% entre outubro de 2019 e setembro de 2020. Isso significa um aumento de produção de 1,1 quilo de leite por vaca por dia.
Inegavelmente são números importantes e colocam o Brasil como o quarto maior produtor de leite do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Índia e China.
Cuidados especiais com a ordenha
Toda essa cadeia produtiva começa com uma tarefa básica que começa nas fazendas leiteiras: a ordenha das vacas.
Assim sendo, antes de detalhar os tipos disponíveis, é importante lembrar que essa atividade precisa ser desempenhada de forma segura e respeitando as normas sanitárias.
Isso porque fatores externos são responsáveis por 75% dos problemas na produção do leite. Apenas 25% são referentes a fatores genéticos das vacas.
Nesse sentido, é preciso ter muito cuidado ao ordenhar a vaca e não ocorram contaminações tanto do produto como também do animal e consequentemente prejuízos financeiros ao fazendeiro.
A higiene na ordenha é um passo importante visando evitar doenças nos animais, e também nas pessoas envolvidas nesse processo. Assim sendo, confira no vídeo abaixo, dicas importantes da veterinária Mara Saalfeld, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS):
Os tipos de ordenha mais usados
Agora que já destacamos a importância da produção de leite no Brasil e os cuidados especiais nessa tarefa, vamos detalhar o tema principal desse artigo: os tipos de ordenha.
Na verdade são dois mais conhecidos e usados: manual e a mecânica. O terceiro, conhecido como balde ao pé, citaremos no final do artigo e pode ser uma boa opção aos pequenos e médios produtores de leite.
Assim, só reforçando: a qualidade do leite não sofre interferência no tipo de ordenha. Mas, sim, pela maneira com que essa tarefa é desempenhada.
Portanto, independente do sistema implantado, é preciso manter a higienização do animal e dos utensílios, bem como dos locais onde a vaca vive e do próprio ordenhador. Tudo isso garante a qualidade do leite produzido.
Ordenha manual
A ordenha manual remete aos filmes e imagens que passam na televisão. O tratador pega seu banquinho, senta-se próximo à vaca com um balde e retira o leite. Um filtro e um tanque de refrigeração, além de uma a peia (prende as pernas das vacas), completam o kit de ordenha manual.
Esse é um método empregado por pequenos produtores, visto que é inviável economicamente a implantação do sistema mecânico. A ordenha é ser feita com poucos recursos, entretanto demanda um tempo maior.
Ordenha mecânica
Na ordenha mecânica, o leite é tirado através de um equipamento que simula a mamada do bezerro. Esse sistema possui dois passos: um de massagem e outro da extração propriamente dita.
A ordenha mecânica garante a obtenção diária de um volume maior de leite e, assim, requer menos experiência por parte do tratador ou da equipe de funcionários da fazenda que realiza essa tarefa.
A experiência dessas pessoa, nesse caso, deve ser em relação à utilização do equipamento do que em lidar com a vaca, como deve ocorrer em relação à ordenha manual.
Com a retirada rápida do leite e com os devidos cuidados sanitários, a ordenha mecânica oferece menor risco de contaminação e ao mesmo tempo proporciona uma excelente produção se comparada ao sistema manual.
Qual é a mais vantajosa?
Portanto, ao optar entre a ordenha mecânica ou manual, é preciso levar em conta a quantidade de leite pretendida e o número de animais. Os dois tipos de ordenha possuem suas vantagens e podem ser escolhidas pelo produtor.
Vantagens da ordenha manual:
- Boa aos pequenos produtores;
- Investimento mais baixo;
- Poucos instrumentos ao fazer a ordenha;
- Intimidade no trato do ordenhador com a vaca.
Vantagens da ordenha mecânica:
- Maior produtividade de leite (volume diário);
- Vaca menos estressada pelo contato humano;
- O tratador não precisa ser tão experiente e sim conhecer o equipamento;
- Processo automatizado;
- Menor risco de contaminação da vaca.
A ordenha de leite balde ao pé
Muitos pequenos produtores de leite enfrentam um desafio na hora de pensar em investir na ampliação do rebanho: terá recursos disponíveis ao pensar em trocar a ordenha manual pela mecânica?
Visando resolver esse dilema, existe uma alternativa: um sistema intermediário, conhecido como ordenha “balde ao pé” que pode ser adotado pelos pequenos e médios pecuaristas.
O sistema é considerado simples e de baixo custo, todavia no caso de rebanhos maiores torna-se inviável. As vacas são ordenhadas individualmente, através de um equipamento a vácuo que é colocado no próprio estábulo ou na sala de ordenha.
Aliás, esse sistema deu grande impulso na atividade leiteira em substituição à ordenha manual e é muito utilizado em pequenas fazendas que produzem leite.
Alguns produtores também utilizam este sistema para ordenhar as vacas tratadas com medicamentos, recém paridas e vacas que participam de exposições.
Conclusão
Agora que já está ciente dos tipos de ordenha e as principais características deles, pode escolher qual se encaixa melhor no seu perfil de produção.
Mas, reforçamos o alerta: uma ordenha mal feita ou o uso incorreto do equipamento pode diminuir a produtividade, rentabilidade e pior quer isso: na qualidade do leite, com risco de doenças como mastite. E, ao final, certamente pesar no bolso, com o aumento no custo de produção.
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