Os adubos orgânicos, como é o caso de produzidos através do esterco de galinha, vêm se tornando cada dia mais populares para aqueles que possuem plantações ou hortas.
O motivo é simples: tais substâncias contêm matéria orgânica capaz de reter a água como uma espécie de esponja, reduzindo, em muitos casos, a necessidade de irrigação constante.
Embora não supere os fertilizantes químicos em seus níveis de nitrogênio, fósforo e potássio, o esterco de de galinha consegue garantir ao solo uma melhor estrutura, o que os produtos industrializados não são capazes.
Ficou curioso para saber como fazer esse adubo para uso próprio? Então, fique conosco até o final deste artigo e acompanhe todos os detalhes.
Benefícios do adubo feito com esterco de galinha
O esterco de galinha é uma fonte de macro e micronutrientes que atua como uma espécie de “corretivo” do solo.
Afinal, quando comparado com outros estercos, como o de vaca ou cavalo, mostra-se rico em nitrogênio, potássio, fósforo e cálcio, além de matéria orgânica.
A adição de tais substâncias ao solo aumenta a capacidade de retenção da água, melhorando a aeração e a drenagem.
Além disso, reduz os riscos de erosão e lixiviação, ou seja, a extração ou solubilização dos químicos de uma rocha, mineral ou solo, pela ação de um fluido percolante.
A matéria orgânica também fornece uma fonte de alimento constante para os microrganismos da terra. Enfim, isso aumenta a diversidade biológica da mesma, acelerando a decomposição dos nutrientes, em formas e tamanhos mais vantajosos para as plantas.
O uso do adubo orgânico, feito a partir do esterco de galinha, também reduz a necessidade da aplicação de fertilizantes adicionais, barateando o custo final do plantio.
Como fazer o adubo de esterco de galinha em casa?
Se você já possui galinhas na sua propriedade, basta utilizar as camas das aves. Tais camas costumam conter resíduos, serragem e folhas secas (ou palha). O objetivo é fornecer uma espécie de “almofada” seca para os animais, além de controlar o odor e possíveis pragas.
Assim, esses materiais, ricos em carbono, podem ser coletados junto ao esterco, repleto de nitrogênio e despejados em uma caixa de compostagem, sendo mantida em local com bastante incidência de raios solares.
Aliás, existe uma instrução técnica emitida pela Embrapa volta aos avicultores, contendo orientações de como fazer o manejo da cama, após ser retirada do aviário, para evitar a criação de moscas.
Na sequência, é preciso garantir a proporção correta dentro do recipiente. De maneira simples, a regra costuma ser adicionar uma parte de resíduos “marrons” para duas de resíduos “verdes”, onde:
- Resíduos marrons: serragem, folhas secas, papelão e folhas de jornal picadas;
- Resíduos verdes: frutas, vegetais, grama e borra de café.
Posteriormente, é só regar e utilizar uma pá para misturar bem todos os materiais. Também é importante virar a pilha de adubo a cada duas ou três semanas.
O tempo médio, para que haja a compostagem adequada do esterco de galinha e o produto fique pronto, é de seis a nove meses.
Mas, caso você não esteja acostumado com a preparação de adubo e não saiba analisar se o resultado já foi alcançado, aguarde até um ano e utilize-o normalmente. Não tem erro!
Como utilizar o adubo feito com o esterco das aves?
O ideal é ter cuidado com a quantidade de adubo utilizada na plantação ou horta porque o esterco é rico em nitrogênio que, em altas dosagens, pode acabar queimando as plantas e suas raízes.
Para levar todos os nutrientes de maneira correta para o solo, aplique cerca de 18 quilos de adubo orgânico para cada 100 metros quadrados de terreno cultivado.
Para se ter uma ideia da vantagem do esterco de galinha, nessa mesma área seriam necessários 68 quilos de esterco de vaca para fazer a adubação correta.
Também é preciso lembrar que as plantações se beneficiam da aplicação do adubo durante duas estações:
- Outono: o solo absorve e quebra os nutrientes para que estejam disponíveis quanto antes, tornando a época de plantio um sucesso;
- Primavera: aumenta rapidamente o nível de nitrogênio das plantas, ajudando-as a crescerem fortes e saudáveis.
No vídeo abaixo, veja dicas de como usar corretamente o adubo feito a partir do esterco de galinha:
Como garantir a segurança na utilização do adubo?
Como dezenas de outros resíduos animais, o esterco e a cama de galinha podem abrigar diversos patógenos, como E. colo, Salmonella e Cryptosporidium (agente causador de diarreia e contaminante da água).
Dessa maneira, para reduzir os riscos de doenças em humanos, gado e animais de estimação, é importante garantir o manuseio adequado do esterco de galinha e do produto final: o adubo.
Entre as principais precauções, estão:
- O estrume armazenado deve ser mantido fora do alcance de crianças e animais;
- A compostagem ou envelhecimento devem ser realizados da maneira correta e no tempo recomendado.
Lembre-se que o processo de fabricação do adubo, feito a partir do esterco de galinha, vai gerar temperaturas de cerca de 70 graus, o suficiente para matar os patógenos citados anteriormente.
Além disso, aguardar o tempo correto de envelhecimento do estrume nos recipientes reduz as populações de microrganismos causadores de doenças. Eles vão morrendo gradualmente, graças às mudanças de umidade, disponibilidade de nutrientes e temperatura.
Por outro lado, os patógenos não morrem com o passar do tempo, mas são inibidos de se reproduzirem, diminuindo sua população.
Também é recomendado que o estrume de galinha seja aplicado por volta de 90 dias antes da colheita de culturas que não fiquem em contato direto com o solo (pepino, tomate, pimentão, entre outros) e cerca de 120 dias antes da colheita das que mantêm tal contato (morango, cenoura e alface, por exemplo).
Para quais plantas esse adubo é indicado?
Apesar de seus benefícios, nem todas as plantas são favorecidas com o adubo de esterco de galinha, como o mirtilo, por exemplo.
No entanto, a cebola, alho, endro e salsa podem reagir bem ao adubo, desde que o solo seja tratado durante suas estações de crescimento.
Entre as plantações que mais se beneficiam da substância estão as de tomate e berinjela, que crescem com ainda mais força e sabor.
A acelga, alface, couve, rúcula, pepino, beterraba, batata e abobrinha também são exemplos de cultivos que gostam de nitrogênio. Portanto, respondem de maneira mais eficiente a este tipo de esterco.
Outra dica é usar esse tipo de adubo na fruticultura. No vídeo, confira como a chamada “cama de frango”, que citamos acima, pode ser benéfica para o cultivo de morangos:
Gostou de conhecer um pouco mais sobre o assunto? Então, aproveite para acessar nosso artigo que fala sobre a importância de realizar uma análise de solo adequada antes mesmo da aplicação de adubos.