O cacau é um fruto tropical de origem amazônica que vem sendo explorado economicamente no Brasil desde o século XVIII. Dele se extraem as sementes que, após fermentadas, são denominadas amêndoas, das quais são produzidos o cacau em pó, a manteiga de cacau e o tão apreciado chocolate.
Com particularidades e exigências quanto ao seu plantio e cultivo, o cacau necessita de condições propícias à sua produção. Assim, iremos abordar neste artigo quais as características do cacaueiro, principais regiões de cultivo no Brasil, bem como as condições ideais para realizar o plantio, o cultivo e colheita desse fruto. Continue lendo e confira!
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Produção mundial de cacau
Originário da Região Amazônica, o cacau (Theobroma cacao) vem sendo cultivado e explorado economicamente desde o século XVII. O fruto foi trazido ao Brasil em meados do século XVIII, mais especificamente ao sul da Bahia, local em que a cultura se expandiu, tornando-se a maior região produtora de cacau do país durante muitos anos.
De acordo com estatísticas, no ano de 2020, o principal produtor mundial do fruto foi a Costa do Marfim, com 38,21% da produção. Em seguida, estão Gana (13,90%), Indonésia (12,85%), Nigéria (5,91%), Equador (5,70%) e Camarões (5,04%). O Brasil aparece na sétima colocação, com 4,69% da produção mundial.
Produção de cacau no Brasil
O Brasil é um intermediário na cadeia de abastecimento de chocolate, ou seja, a quantidade de cacau produzida no país não é suficiente para atender a demanda interna das indústrias e, por isso, é preciso importar cacau para o abastecimento interno. Em contrapartida, o país exporta produtos semiacabados do fruto, como manteiga de cacau, gordura e óleo de cacau, cacau em pó e pasta de cacau.
Por muitas décadas a Bahia liderou a produção brasileira de cacau. No entanto, a partir de de 1990 houve um processo de declínio da cacauicultura, tanto da produção quanto da área plantada. Isso se deu por vários fatores, mas principalmente devido à infestação dos fungos Crinipellis perniciosa e Phytophthora palmivora, causadores das doenças vassoura-de-bruxa e podridão parda, respectivamente.
Atualmente, o maior estado brasileiro produtor de cacau é o Pará, com um rendimento superior a 50% do total movimentado no país. De acordo com o IBGE, em 2021 o Brasil produziu 302.157 toneladas de cacau.
Características do cacaueiro
O cacaueiro é uma planta perene que pode ultrapassar os cem anos a depender do manejo, além de apresentar potencial para boa produtividade. Pode atingir cerca de 5 a 8 metros de altura, quando proveniente de semente, ultrapassando essas dimensões (até 20 metros) caso cultivado em condições de extrativismo devido à competição por luz com outras espécies florestais.
Quanto ao sistema radicular, possui raiz pivotante (principal e vertical), que varia de forma e comprimento de acordo com a estrutura e consistência do solo, podendo chegar a 2 metros de profundidade em solos profundos e com boa aeração. Já as raízes secundárias localizam-se, geralmente, nos primeiros 30 centímetros do solo e são responsáveis pela nutrição da planta.
O seu caule é ereto e vigoroso, apresentando casca lisa nos primeiros anos e, mais tarde, devido ao desenvolvimento permanente das almofadas florais, torna-se rugoso e áspero. Já as folhas são ovais, acuminadas e desprovidas de pelos, variando de coloração conforme a idade da planta. Quando jovens, apresentam tonalidades do violeta ao verde, e quando maduras, atingem o verde-escuro.
Com relação ao fruto, o cacau, seu formato é alongado e sulcado, com uma casca conhecida como pericarpo carnoso. As suas sementes ou amêndoas são achatadas, com 2 a 3 centímetros de comprimento, de coloração branca e sabor adocicado e ácido.
O amadurecimento do cacau se dá em torno de 140 a 250 dias da polinização, totalizando, em média, 167 dias. O rendimento médio gira em torno de 503 kg/ha.
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Como realizar o plantio e cultivo do cacau
Agora que você já conhece um pouco mais sobre a história, os principais países produtores e as características do cacau, vamos tratar sobre como realizar o plantio desse fruto. Lembrando que, como em qualquer outra cultura, é importante realizar uma análise do solo que indicará quais correções serão necessárias, como calagem ou gessagem, por exemplo.
Primeiramente, é necessário que haja o preparo do solo, com aração, gradagem, sulcamento ou subsolagem, realizando também a limpeza da área com a retirada de plantas invasoras.
Também é importante ressaltar que o cacaueiro é uma planta que precisa de sombreamento, devendo ser providenciado com uma antecedência mínima de 6 meses do plantio, conforme trataremos adiante.
Após esses processos, serão demarcadas e abertas as covas que vão receber as mudas. As dimensões recomendadas são de 40 x 40 x 40 cm, separando o solo mais fértil (primeiros 20 cm) do solo de profundidade (de 20 a 40 cm). Com isso, será realizada a adubação, química e/ou orgânica, com fontes de fósforo, micronutrientes e nitrogênio para aprimorar a aeração do solo e reter umidade para a muda.
Posicione as mudas nas covas e pressione o solo ao redor da planta. Após o plantio, faça a cobertura morta com material seco (capim, palhada de feijão, de milho ou de café), objetivando proteger o sistema radicular da planta, mantendo a umidade do solo e evitando a evaporação da água.
Realize a irrigação do plantio (localizada, por sistemas de gotejamento ou microaspersores), ficando atento ainda ao ataque de formigas ou cupins na fase inicial de crescimento da planta.
Outro detalhe importante é que, quando as mudas já estiverem estabelecidas no campo, torna-se necessária a adubação dos cacaueiros jovens de acordo com a análise de solo realizada inicialmente. Essa espécie, geralmente, é muito exigente em nutrientes como fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e nitrogênio (N).
Semente ou muda?
O cacaueiro pode ser produzido por meio de sementes de frutos maduros (propagação seminal) ou por meio de propagação vegetativa (estaquia ou enxertia). As mudas produzidas a partir de sementes são as mais utilizadas para a produção de porta-enxertos, pois possuem algumas vantagens, como o fácil manejo para seleção, tratamento e aceleração da germinação de sementes.
Já a propagação vegetativa tem sido aplicada com preferência como técnica de multiplicação do cacau. A planta produzida dessa forma tornou-se conhecida como “cacaueiro clonado” e é obtido por meio de estaquia ou enxertia, sendo esta última a mais usual.
No caso da propagação seminal, devem ser selecionadas sementes de frutos maduros visando garantir a maturação do embrião e a aceleração da germinação. Importante ressaltar que, ao retirar as sementes dos frutos, aquelas localizadas nas extremidades devem ser descartadas, pois são menores e apresentam baixa viabilidade.
Utilize água corrente e uma peneira para a limpeza das sementes e faça a remoção total da polpa para evitar o ataque de pragas e a sucessão de doenças nas plantas. Após esse processo, deixe a semente secar em local arejado e com sombra, cuidando para que não resseque e comprometa a sua viabilidade.
Faça o plantio em um canteiro (sementeira), preparando o substrato com uma mistura de serragem e areia (proporção 2:1) para facilitar a germinação das sementes.
Coloque as sementes na sementeira com a parte mais larga voltada para baixo, cubra com o substrato e irrigue-as, tomando cuidado para não encharcá-las. Em 4 ou 5 dias, elas germinarão e estarão prontas para serem transplantadas aos recipientes.
No que tange às mudas, estas devem ter qualidade, ser livres de pragas e doenças, além de apresentar vigor vegetativo, boa sanidade e idade entre 4 e 6 meses. O tamanho adequado e a presença de folhas verdes, de cinco a oito pares, evitam que a planta sofra estresse.
Na propagação realizada via seminal, o cacaueiro começa a produzir frutos com aproximadamente três a quatro anos, estabilizando a produção a partir do oitavo ano até trinta anos após o plantio. Já na propagação via estaquia ou enxertia, as primeiras colheitas ocorrem no segundo ou terceiro ano, atingindo a estabilidade a partir do sexto ano de produção.
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Condições ideais de solo e área de plantio
Para o cultivo do cacaueiro, os solos devem apresentar profundidade acima de 1 metro, boa drenagem e textura argilo-arenosa. No caso de regiões com quantidade menor de chuva, o solo argiloso é o ideal, pois armazena mais água e contribui para o melhor desenvolvimento do sistema radicular da planta, enquanto em regiões com chuvas abundantes, pode ser prejudicial à cultura, exigindo maior capacidade de drenagem.
A disponibilidade de água adequada no solo é de suma importância durante a fase inicial de frutificação, sendo prejudicial tanto o seu excesso quanto a sua falta, já que aumentam a quantidade de perdas de frutos jovens, conhecida como “peco fisiológico”. Além disso, os solos adequados para o cultivo cacaueiro devem apresentar valores de pH próximos a 6,2.
Outro fator que ameaça o desenvolvimento da planta é o vento que pode danificar a folhagem nova, provocando a sua queda e prejudicando o enfolhamento da planta. Por isso, é importante que se adotem medidas de proteção contra a sua ação, como quebra ventos e sistemas de plantios consorciados, especialmente nos períodos mais secos do ano.
Quanto ao espaçamento entre mudas, tradicionalmente é de 3 x 3 metros entre linhas e plantas. No entanto, estudos realizados em regiões cacaueiras indicam que, se tratando de clones, com a redução do porte da planta e da copa, mantida individualmente pela poda, é possível realizar o plantio com espaçamentos mais densos que o tradicional, utilizando-se 3 x 2 metros entre linhas e plantas, respectivamente.
Dessa forma, com o adensamento da produção, apesar de haver uma perda em produção por planta devido ao seu porte, ganha-se na produção por área.
Época ideal para o plantio e sombreamento
O plantio das mudas formadas ocorre, geralmente, no início da estação chuvosa. Quando realizado em outros períodos, depende de alguns fatores, como: a existência de sistema de irrigação complementar, topografia da área, posicionamento em relação ao sol e sombreamento adequado.
A exposição ao sol durante o período vespertino causa estresse às plantas, mesmo porque o cacaueiro exige sombreamento, especialmente quando a planta é mais jovem. Em geral, o sombreamento pode ser provisório ou definitivo.
O provisório geralmente é feito com bananeiras, com um espaçamento de 3 x 3 metros. Já no definitivo, são utilizadas árvores com até 30 metros de altura e copas grandes, como a jaca, o abacate e o cravo-da-índia. Nesse caso, o espaçamento deve ser de 15 x 15 metros a 24 x 24 metros, a depender da espécie utilizada.
Dessa forma, é recomendado que o sombreamento seja implantado de 6 meses a 1 ano antes do plantio do cacau, visando permitir uma entrada de luz em torno de 25 a 50% durante os primeiros estágios de desenvolvimento da planta. Com o seu crescimento, deve-se realizar os desbastes e podas das espécies utilizadas no sombreamento, objetivando aumentar a exposição à luz para 70%.
Condições climáticas e pluviais
Frutífera da família Malvaceae, o cacaueiro é uma árvore exigente quanto às condições climáticas, sendo altamente produtiva em regiões quentes, como o Norte e o Nordeste brasileiro. Para a sua floração, o ideal é que as temperaturas não caiam abaixo de 22°C, enquanto para a abertura de gemas e formação de novos frutos, a faixa de temperatura deve ficar entre 9 e 28°C.
Além disso, para o crescimento da planta e a produção do cacau, é fundamental que ocorram chuvas abundantes e bem distribuídas durante o ano. Em boas condições de solo, o ideal é que se mantenha uma média anual em torno de 1.500 mm por ano, desenvolvendo-se bem em regiões com precipitações de até 500 mm anuais.
No entanto, atualmente existem alternativas para a realização do plantio de cacau em novas áreas. É o caso, por exemplo, das fronteiras agrícolas do semiárido e do Cerrado brasileiro, que possuem características climáticas diferentes das regiões tradicionais de plantio, mas são viabilizadas com a utilização de tecnologias como a irrigação, a fertirrigação e quebra ventos.
Conheça agora quais são as variedades de cacau mais cultivadas no Brasil no vídeo abaixo:
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Doenças e pragas do cacaueiro
O cacaueiro é uma planta tropical suscetível ao acometimento de diversas doenças e ao ataque de insetos. As doenças exigem especial atenção do produtor, uma vez que já causaram grandes prejuízos à produção de cacau na Bahia, conforme citamos no início do texto.
Doenças
No Brasil, as principais doenças que atingem o cacaueiro são as fúngicas, destacando-se a vassoura-de-bruxa (Moniliophthora perniciosa) que ataca a planta de forma geral, a podridão-parda (Phytophthora spp.) que atinge o fruto, e o mal do facão (Ceratocystis cacaofunesta) que causa amarelecimento e secagem dos galhos ou da planta inteira.
No caso específico da vassoura-de-bruxa, a doença pode atingir até 90% da área produtiva, afetando a planta em todos os seus estágios, desde o viveiro até a planta adulta, e levando à inviabilização da lavoura.
Um dos seus principais sintomas é o superbrotamento dos lançamentos foliares, com proliferação na gema lateral e engrossamento dos tecidos infectados e em crescimento. Nas almofadas florais atingidas pela doença, há o aparecimento de vassouras vegetativas, bem como de flores anormais.
Além disso, a doença também provoca o amarelecimento precoce nos frutos adultos e uma podridão “dura” nas amêndoas, deixando-as completamente “grudadas” com o crescimento do fungo na sua superfície.
Para o controle da vassoura-da-bruxa, existem alguns manejos integrados:
- Controle cultural: remoção dos galhos/brotos infectados;
- Controle genético: plantio de espécies mais resistentes à doença;
- Controle biológico: uso do agente de biocontrole Trichoderma stromaticum;
- Controle químico: uso racional de um fungicida protetor à base de óxido cuproso e de um sistêmico do grupo dos triazóis e tebuconazole.
Pragas
Quanto às pragas que acometem o cacaueiro, a sua ocorrência se dá em períodos de lançamento de folhas novas e de crescimento de frutos, coincidindo geralmente com as épocas de temperaturas elevadas e chuvas constantes.
Alguns dos principais insetos-pragas que atingem a planta são: monalônio (Monalonion spp.), cigarrinha (Hoplophorion pertusum), tripes (Selenothrips rubrocinctus), ácaros (Tetranychus mexicanus e Eriophyes reyesi), cochonilha farinhenta (Planococcus citri), mosca-branca (Bemisia sp.) e besouros (Lasiopus cilipes, Lordops aurosa e Naupactus bondari).
Além dos insetos, existem também algumas espécies de lagartas que atacam essas plantas, como: estenoma (Stenoma decora), lagarta de compasso (Peosina mexicana), lagarta enrola-folha (Sylepta prorogata), lagarta da corindiba (Halisidota spp.) e lagarta da eritrina (Terastia meticulosalis), entre outras.
Em se tratando das lagartas, a sua ação varia de acordo com o seu tamanho. Quando pequenas, raspam os bilros e alimentam-se de folhas tenras, enquanto já maiores perfuram os frutos grandes (podendo atingir as amêndoas) e os ramos, causando a murcha dos galhos, a redução na produção de folhas, na capacidade fotossintética e da produção em si.
Para realizar o controle das lagartas, é necessário fazer inspeções frequentes, especialmente nos períodos secos e em épocas de plantio, observar o sombreamento correto, além de promover o controle químico com a pulverização de inseticidas nas áreas infestadas, alternadamente, durante os períodos de surto.
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Colheita do cacau
De acordo com pesquisadores da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária, o cacaueiro começa a produzir comercialmente a partir do quarto ano após o plantio, quando as mudas são produzidas por meio de sementes. No caso de enxertia de clones, que são mais precoces, a produção comercial começa no terceiro ano.
Ao entrar na fase de desenvolvimento de frutos, o cacaueiro produz o ano todo, embora os períodos de maior produção estejam concentrados em uma ou duas safras, a depender da região. No Pará, ocorre uma única safra que vai de maio a setembro, já na Bahia tem-se duas safras, a principal que vai de outubro a abril, e a temporã que ocorre de maio a setembro.
Os instrumentos necessários à colheita são: facão, podão ou tesoura de poda, coletor de frutos (bodoco) e balaio ou caixa plástica, onde os frutos serão armazenados.
Ao efetuar a colheita, use o podão ou a tesoura de poda para retirada dos frutos, cortando os talos dos frutos de cima para baixo, deixando-os no chão. O ideal é que não se utilize as mãos no arranquio, pois causa danos graves à casca do cacaueiro e a destruição da almofada floral, favorecendo o ataque de insetos e doenças, podendo levar ao comprometimento da produção dos anos seguintes.
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Separação dos frutos e beneficiamento
Após a retirada dos frutos maduros, coloque-os em um balaio ou caixa plástica, levando-os até um ponto estratégico dentro da área de produção para a separação dos maduros, sadios e sem defeitos.
Para realizar essa processo, deve ser observado o estágio de maturação do fruto. Dessa forma, observe:
- Frutos verdes: aqueles que não iniciaram a maturação;
- Verdoengos: iniciaram a maturação, mas não estão completamente maduros;
- Maduros: são os que estão no ponto bom de maturação;
- Frutos passados: com ataque de doenças e pragas ou defeitos, com amêndoas sem qualidade para o beneficiamento.
Dependendo do ponto de maturação do fruto, pode haver uma diminuição no peso das amêndoas, comprometendo a produtividade. Os frutos descartados deverão ser encaminhados à um sistema de compostagem.
Após a separação dos frutos, haverá a quebra e a retirada das amêndoas que serão transportadas ao processo de fermentação, etapa em que ocorre a morte do embrião da semente e o início da formação do sabor e aroma do chocolate. Esse processo geralmente ocorre em caixas de madeira (cochos) confeccionadas com material livre de odores.
Conclusão
Portanto, neste artigo procuramos apresentar os principais detalhes sobre o cacau, desde as suas principais características até o plantio, cultivo e colheita, garantindo que essa matéria-prima chegue até o beneficiamento para a produção do tão desejado chocolate.
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