Hoje, é impossível pensar no trabalho rural sem considerar a mecanização agrícola. Máquinas e equipamentos ajudam a alcançar mais produtividade e melhores resultados na fazenda. Além disso, são responsáveis por otimizar os processos e obter redução de custos na agropecuária.
Por esses e outros motivos, o processo de melhoria já acontece há algum tempo. No entanto, mais tecnologias surgem e contribuem para os negócios do campo. Tanto é que o Censo Agropecuário 2017 demonstrou que 14% de todos os estabelecimentos rurais têm tratores, aumento de 50% em comparação com 2006.
Mais que isso, 10% dos estabelecimentos usaram técnicas de irrigação e mais de 550 mil produtores adotaram a prática de plantio direto. Todas essas práticas se beneficiam da mecanização na agricultura. Neste post, vamos explicar melhor sobre esse cenário e apresentar mais vantagens. Confira!
A evolução da mecanização agrícola
A atividade rural iniciou ainda com o homem primitivo e se estabeleceu a partir do momento em que ele deixou de ser nômade e passou a fixar residência. Nessa época, o foco era a subsistência. Caso houvesse algum excedente produtivo, havia a troca de produtos por ferramentas ou outros itens necessários, como o sal.
Com o tempo, houve a necessidade de fazer mais do que o escambo e aumentar a produção. O resultado foi o desenvolvimento das ferramentas. No século 13, por exemplo, surgiu o primeiro arado de lâmina. Já no século 17, começaram a aparecer semeadores mecânicos puxados por animais e o abanador de cereais.
A partir de 1780, com a Revolução Industrial, o processo começou a se intensificar. Nesse ano, surgiram as ceifadeiras. Elas começaram a ser mais utilizadas em 1833 e evoluíram até 1860. Em 1892, foi criado o primeiro trator movido a gasolina e a diesel. Assim, a mecanização rural foi se consolidando.
Mecanização agrícola no Brasil
O cenário brasileiro foi um tanto diferente. Com o uso da mão de obra escrava até 1888 e imigrante depois disso, o crescimento do setor agroindustrial aconteceu a partir dos anos 1950. Com o Plano de Metas, de Juscelino Kubitschek, mudanças na infraestrutura foram incentivadas.
A chegada dos primeiros implementos agrícolas trouxe ganhos de produtividade e agregou valor aos meios de produção. Por isso, foi criado o Plano Nacional da Indústria de Tratores de Rodas, em 1959. Esse foi, oficialmente, o início da mecanização na agricultura.
Já no ano seguinte, 37 tratores foram trazidos ao Brasil. As colheitadeiras chegaram em 1966 e foram mais direcionadas para a região Sul, devido ao crescimento da produção de trigo e soja. Um grande salto aconteceu nos anos 1970 por conta do aumento da exportação de grãos.
Chegando aos anos 2000, as máquinas e os equipamentos passaram a focar no aumento da velocidade e da força para melhorar os resultados. Com o auxílio da tecnologias digitais, foram implementados recursos de inteligência e planejamento, o que levou ao estabelecimento da agricultura de precisão.
Por meio de sensoriamento remoto, posicionamento e georreferenciamento, ela permite manejar o solo e aplicar insumos, como defensivos e fertilizantes, com precisão. Além disso, o produtor recebe informações em tempo real tanto sobre a lavoura quanto sobre os equipamentos e o clima.
Assim, fica mais fácil analisar o tipo de solo, os fatores climáticos e as características produtivas. A consequência é o uso dessas informações para tomar decisões mais precisas, que levam ao aumento da eficiência e do custo-benefício.
As atividades que podem ser mecanizadas
Automatizar as máquinas agrícolas é uma medida aplicável a diferentes atividades, desde as mais simples até as complexas. Em qualquer um dos casos, o foco é reduzir os custos, aumentar a produtividade e tornar a propriedade mais competitiva.
Para entender melhor como a mecanização rural pode ser empregada, listamos algumas atividades que podem passar por otimização, seja pelo uso de equipamentos de transporte, seja pela adoção de tração mecânica ou animal. Veja!
Horticultura
É uma atividade típica das pequenas propriedades e existente em todas as regiões do Brasil. Como a área de produção costuma ser menor, a automação permite alcançar volumes maiores. Além da produtividade, os produtos têm mais qualidade.
Fruticultura
É mais adotada por pequenas e médias propriedades como alternativa econômica e melhoria da qualidade da alimentação das famílias. Com a mecanização agrícola, há aumento da lucratividade e da geração de empregos. O produtor também consegue expandir as atividades para produzir mudas frutíferas, com o objetivo de comercializá-las.
Produção de grãos
É uma das atividades com maior emprego de alguma forma de mecanização no campo. Entre as etapas que podem passar pelo processo estão:
- Preparo do solo;
- Controle de água para irrigação ou drenagem;
- Correção química do solo orgânica ou mineral, bem como aplicação de calcário;
- Realização de tratos culturais, por exemplo, roçagem, desbaste, controle de ervas e poda;
- Implantação da cultura por meio de plantio, semeadura ou transplante;
- Retirada da produção da lavoura por carregamento, colheita e transporte;
- Tratamento fitossanitário de mudas, sementes e cultura;
- Processamento e armazenamento, que inclui classificação, limpeza, secagem, ensilagem e beneficiamento de grãos.
Pecuária de corte ou de leite
Permite aplicar sistemas extensivos com suplementação de volumoso no cocho. A mecanização é aplicável mais em operações como transporte, formação e corte de capineira e manejo de pastagens. Na pecuária leiteira otimiza os processos de ordenha e identificação das vacas.
Cafeicultura
Inclui atividades que vão de adubação, irrigação e pulverização até poda e colheita. Mesmo em áreas montanhosas, as máquinas agrícolas estão presentes com a ajuda de derriçadoras portáteis. Para ter uma ideia, elas executam o trabalho de três ou mais apanhadores de café.
Hoje também está muito difundido o uso da colhedora de café, que dá conta de realizar toda a colheita da safra em tempo recorde, se comparado ao trabalho com boias-frias.
Os 7 benefícios dessa prática para a agricultura
A mecanização no campo é importante por vários motivos — isso já ficou claro. Ainda assim, é importante detalhar as vantagens da prática para justificar seu uso. Confira quais são elas!
1. Economia de tempo e recursos
O uso de máquinas na agricultura favorece a realização das etapas, que se tornam mais rápidas e econômicas. Desde a preparação do solo até a colheita, é possível alcançar bons resultados, com significativo aumento da produtividade.
Por exemplo, a colheita de 50 hectares de café leva dois meses sem a mecanização agrícola, mas apenas duas semanas com o uso da colhedora de café. Em relação aos recursos, a economia pode chegar a mais de 60%.
2. Automação dos processos
As atividades automatizadas aumentam a produtividade e a competitividade da lavoura. Ela leva a todos os benefícios citados neste artigo, como otimização do uso do tempo, redução de perdas e aumento da qualidade dos produtos.
É importante destacar que a automação contempla processos operacionais de produção agrícola, pecuária e/ou florestal. Todos eles são controlados e monitorados para garantir o máximo aproveitamento.
3. Controle de qualidade
Os produtos apresentam mais qualidade com a ajuda da tecnologia. Isso acontece porque a colheita mantém a integridade e a higiene ao evitar o contato com a terra. Da mesma forma, há menos desperdícios dos alimentos, já que o Brasil desperdiça 23,6 milhões de toneladas por ano, incluindo campo, logística, indústria, varejo e consumidor.
A tecnologia ainda aperfeiçoa o controle da qualidade da silagem. Voltado para a agropecuária, essa é uma forma de manter o gado confinado ou semiconfinado para garantir a boa alimentação do animal.
4. Aumento de produtividade
O foco, aqui, é a melhoria dos resultados junto à qualidade e à redução de custos. Com a mecanização no campo, o produtor tem auxílio em todas as etapas produtivas. Com isso, executa as atividades de modo mais rápido e eficiente.
Por exemplo, as colheitadeiras, os pulverizadores e os tratores diminuem o índice de falhas e exigem menos mão de obra. Algumas máquinas, inclusive, têm sistemas GPS conectados a sensores para calcular o volume da colheita por região.
Assim, a mecanização na agricultura auxilia em todas as etapas. Com as informações obtidas, é possível criar mapas de produtividade, a fim de observar os locais onde há maior e menor produtividade e com isso, o produtor pode analisar mais de perto os locais menos produtivos, realizando ações corretivas para melhorar seus resultados.
5. Diminuição do retrabalho
Os trabalhos manuais podem levar a erros e ineficiências. No entanto, com a adoção da mecanização agrícola unida às novas tecnologias , a necessidade de retrabalho diminui consideravelmente. Todas as operações passam a ser mais precisas, desde a preparação do solo até a colheita.
Nesse sentido, o monitoramento em tempo real, oferecido especialmente pela agricultura de precisão, auxilia na tomada de decisões. Com isso, também há menores chances de retrabalho, inclusive pelo fato das ações corretivas serem aplicadas de maneira proativa.
Um exemplo é a pulverização que deve ser realizada em velocidade específica. Quando muito alta, a máquina passa em velocidade maior do que a recomendada e faz a aplicação de modo inadequado, o que pode levar à aparição de pragas. Se a velocidade for mais baixa que o indicado, há desperdício de defensivo e aumento nos custos de produção, além dos riscos de fitotoxicidade nas plantas. Esses problemas podem ser prontamente corrigidos por meio do monitoramento em tempo real das máquinas.
6. Redução do impacto ambiental
Quando realizada de modo inadequado, a produção no campo pode impactar o meio ambiente. Entre os problemas surgidos estão esgotamento de reservas naturais, como água, e contaminação do solo pelo uso inapropriado de defensivos.
Com a tecnologia, é possível melhorar a situação. Com práticas de agricultura de precisão, por exemplo, a operação de pulverização pode evitar a sobreposição de produtos. Por sua vez, os bicos de pulverização permitem aplicar a quantidade de produtos adequada à planta, conforme suas especificações, as condições climáticas e a velocidade de aplicação.
Leia também: Irrigação de precisão: veja como funciona e suas vantagens.
7. Aumento do rendimento das atividades no campo
A agricultura de precisão pode elevar o rendimento no campo em até 67%. Isso acontece porque é possível conhecer toda a área de cultivo e encontrar a melhor alternativa para aumentar a produtividade. Com isso, há a promoção da produtividade e da sustentabilidade.
Para achar as melhores máquinas para a sua fazenda, é necessário considerar as tendências da mecanização rural e o orçamento disponível. O foco deve sempre ser o custo-benefício. Por isso, é importante verificar alguns critérios, como:
- Sistema de locomoção;
- Tipo de chassi;
- Configuração dos projetos;
- Natureza do trabalho executada.
Além disso, vale a pena encontrar um marketplace que comercializa diferentes equipamentos para achar os mais adequados para sua propriedade. Assim, a mecanização agrícola é efetivada de acordo com as suas necessidades.
Conclusão
A mecanização agrícola, sem dúvidas, é fundamental para o sucesso das operações, podendo ser aplicada em várias atividades do agro.
Aliada às práticas de agricultura de precisão, a mecanização traz inúmeros benefícios ao agricultor como redução de custos, economia de tempo e recursos, automação de processos, aumento da produtividade e do rendimento das atividades, diminuição de retrabalho e redução do impacto ambiental.
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Veja também: Devo fazer o georreferenciamento da propriedade rural?